"Querem sentar na minha cadeira sem voto!" esbraveja Dilma
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"Querem sentar na minha cadeira sem voto!" esbraveja Dilma


Alvo de um processo de impeachment no Congresso, a presidente Dilma Rousseff voltou a atacar o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o vice-presidente Michel Temer em discurso nesta terça-feira (26).

A petista, que já classificou os dois como 'chefes conspiradores' , fez duras críticas à oposição e afirmou que o processo do impeachment é uma tentativa de eleições indiretas para a Presidência da República.

"Estou sendo vítima de grande injustiça. Não tem uma acusação que diz que eu peguei dinheiro para mim. Muitas das ações das quais me acusam, eu nem sequer participei (...). E o mais estranho é que quem me julga é corrupto", disse Dilma em referência a Cunha.

A presidente participou da entrega de unidades do programa "Minha Casa, Minha Vida" em Salvador.

"Esta pessoa, que é o presidente da Câmara, é uma pessoa que todo mundo sabe no Brasil que tem conta no exterior. É acusado pela Procuradoria-Geral da República", completou. A plateia presente respondeu com gritos de "fora, Cunha".

Em seu discurso, a presidente ainda fez outras referências a Cunha. "Nunca recebi dinheiro de propina. Eu não tenho contas no exterior. Eu não sou acusada de corrupção", afirmou.

Envolvido na Operação Lava Jato, Cunha é réu por corrupção e lavagem de dinheiro no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele foi acusado formalmente de receber propina de US$ 5 milhões no esquema de corrupção na Petrobras. Cunha nega todas as acusações.

"Querem sentar na minha cadeira sem voto" 
Dilma também associou Temer ao processo de impeachment. Segundo ela, a manobra seria uma tentativa da oposição de se associar ao PMDB para conquistar a Presidência após a derrota na eleição de 2014.

"Querem sentar na minha cadeira sem voto. Isso é muito confortável. Não tem que prestar conta ao povo e dizer o que será feito dos programas sociais", declarou.

"Conquistamos a democracia com mortes, tortura, uma luta incansável. Ter direito à democracia implica, sobretudo, que vivamos em um estado democrático de direito. A lei que vale para mim vale para todo mundo. Ninguém está acima da lei. Todo o poder vem do voto popular direto. Esse impeachment sem crime, que é golpe, na verdade é uma tentativa de fazer uma eleição indireta por aqueles que não têm voto", discursou.




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