Na região hoje conhecida como floresta amazônica, teria existido uma cidade secreta e encantadora, e que suas construções eram recobertas e decoradas com ouro.
O metal era tão farto que o imperador da cidade tinha o habito de se cobrir com ouro em pó, para ficar com a pele dourada.
Os boatos sobre esta lendária cidade teriam surgido no século 16, narrada pelos índios aos espanhóis na época da colonização das Américas.
O que levou os conquistadores espanhóis a se aventurarem na floresta tropical à procura de fortuna, seguidos ao longo dos séculos por outros convencidos de que encontrariam uma civilização perdida que rivalizasse com os Astecas e Incas.
Eldorado, do castelhano que significa "O Dourado" viria a designar a cidade em si, mas também pelo fato de o líder dessa civilização ser chamado de o príncipe Dourado (ou “El Dorado”).
Segundo as historias contadas o historiador espanhol Gonzáles Fernandes de Oviedo escreveu: “Dizem que esse príncipe anda sempre coberto de pó de ouro, fino como sal, grudado em seu corpo por óleos e bálsamos, dos pés à cabeça.
Sua aparência é resplandecente, como um objeto de ourivesaria trabalhado por um grande artista”, em História Geral das Índias, de 1535.
As histórias sobre o príncipe Dourado se inspiravam na antiga civilização chibcha, que teria existido na Colômbia antes da invasão européia.
Adoradores do Sol, os chibchas consideravam o ouro uma encarnação terrena da sua divindade favorita, o Deus-Sol.
Uma vez por ano, o cacique chibcha se cobria de pó de ouro, pegava uma jangada até o centro da lagoa de Guatavita, que ficava próxima à atual cidade de Bogotá, e ali fazia uma oferenda com objetos de ouro.
Esse ritual, praticado por centenas de anos, já havia desaparecido quando os espanhóis invadiram a América do Sul. Mas a imaginação dos europeus se misturou a relatos dos índios, e a história foi ficando cada vez mais impressionante.
A capital de Eldorado seria uma cidade chamada Omágua ou Manoa, cheia de templos e palácios reluzentes e atravessada por cordilheiras de ouro maciço.
O país seria habitado por estranhas criaturas chamadas ewaipamonas – uma raça de homens sem pescoço, cujo rosto ficava na altura do peito.
E as fronteiras de Eldorado seriam defendidas por mulheres guerreiras, que foram batizadas de “amazonas” – nome que foi inspirado por uma nação de mulheres-soldados da mitologia grega.
A principal busca começou em 1542, quando, acompanhado por apenas 60 aventureiros, o espanhol Francisco de Orellana se embrenhou na selva amazônica para procurar Eldorado.
Ele começou sua busca na parte equatoriana da floresta. Foi uma expedição dura. Quando a comida acabou, os exploradores começaram a comer o couro de suas botas e roupas.
Os que não morreram de fome tiveram de sobreviver a ataques de índios da região. Mesmo assim, a expedição conseguiu avançar mais de 4 mil Km até a foz do rio Amazonas, no oceano Atlântico.
Orellana viveu para contar a história, e ganhou fama como o primeiro europeu a navegar o rio mais extenso do mundo. Que ele batizou de um jeito curioso.
Quando Orellana foi atacado por índios de cabelos compridos, durante sua expedição, pensou que fossem mulheres guerreiras.
Por isso, em homenagem a elas, batizou de Amazonas o grande rio recém-descoberto.
Mas Orellana não encontrou o que procurava – e, durante, os 3 séculos seguintes, Eldorado continuou sendo o alvo de buscas vertiginosas na América do Sul.
Além de Orellana, dezenas de outros aventureiros percorreram Equador, Colômbia, Venezuela, Guiana e Brasil em busca da cidade de ouro.
Após séculos e séculos de frustração, pesquisadores conseguiram localizar supostos vestígios da civilização do ouro.
Um dos casos mais famosos envolveu Percy Harrison Fawcett, que inspirou parcialmente o livro “O Mundo Perdido”, de Conan Doyle.
O explorador britânico partiu em 1925 para encontrar El Dorado, que nomeou de cidade Z. Fawcett e sua expedição entraram na selva da Amazônia e nunca mais se ouviu falar deles.
Até hoje exploradores se esforçam para encontrar o grupo de Fawcett, mas sempre voltam de mãos vazias.
Em 1856 o geólogo alemão Alexander von Humboldt achou, nas proximidades de Bogotá, uma estatueta de ouro maciço representando um cacique dourado, de pé no centro de uma jangada suntuosa, que poderia ter sido o príncipe Dourado.
Outro artefato idêntico foi descoberto por agricultores colombianos na mesma região, em 1969.
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Houve pelo menos duas tentativas de drenar o lago Guatavita em busca do suposto tesouro. A primeira foi em 1578, quando o mercador espanhol Antonio de Sepúlveda conseguiu uma licença do governo espanhol. Escavou um canal e conseguiu baixar o nível do lago em alguns metros, mas encontrou apenas dez onças de ouro.
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No início do século 20 uma firma inglesa tentou drenar as águas da lagoa de Guatavita – local onde os chibchas faziam seus rituais religiosos.
A empresa passou oito anos construíndo um túnel para esvaziá-lo a partir do centro, mas quando o leito do lago foi exposto, o fundo tinha metros de lama e limo, que tornavam impossível caminhar sobre ele. No dia seguinte, o sol cozeu a lama e lhe deu uma consistência de cimento, tão dura que não pdia ser penetrada.
A lama endurecida bloqueou as eclusas, o túnel foi selado e o lago voltou a se encher até o nível anterior.
Para muita gente, o tesouro que arrastou tantos aventureiros à morte continua lá no fundo, escondido pelas águas da lagoa sagrada, para outros não passa de uma lenda que foi ganhando seus contornos durante os tempos.
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