De vez em quando, o universo cria uma forma para nós, meros homens em um pontinho em uma mera galáxia, vermos algo incrível. Este é um anel de Einstein, uma manifestação quase perfeita de uma determinada variedade de lentes gravitacionais.
Imagem do topo: A galáxia SDP.81 em lente gravitacional em um anel de Einstein. O anel brilhante é a poeira, com traços de monóxido de carbono e nuvens de água observados em comprimentos de onda milimétricos. Créditos: NRAO / ESO / NAOJ / B. Saxton / AUI / NSF
A teoria da relatividade geral de Albert Einstein inclui descrições de como a massa pode distorcer o espaço-tempo, com uma das muitas consequências teóricas sendo a capacidade de corpos massivos dentro do nosso universo agir como lentes gravitacionais gigantes, flexionando e entortando a luz. Se, por acaso, um corpo massivo está localizado na posição exata em relação ao nosso planeta, a lente será perfeitamente simétrica em dobrar a luz de um objeto atrás dele, criando um anel. Einstein lamentou que nunca conseguiríamos observar um anel porque seria muito pequeno para até os melhores telescópios, mas isso é porque ele só estava considerando anéis criados por lentes pequenas, do tamanho de estrelas. Quando as galáxias ou buracos negros assumem o papel de lentes, podem criar enormes anéis de Einstein que são mais fáceis de detectar e muito mais bonitos.
A galáxia SDP.81 está a cerca de 12 bilhões de anos-luz de distância, e surgiu quando o universo ainda estava em seus estágios iniciais de formação de estrelas e galáxias. Entre nós e ela está uma galáxia relativamente próxima, a “apenas” 4 bilhões de anos-luz de distância que, por pura sorte, tem a massa e distância correta para agir como uma lente gravitacional perfeita e amplificar a luz de SDP.81. Isso nos permite um olhar outrora impossível para a formação de estrelas da galáxia.