Autor:Prof. João Flávio Martinez
A palavra “Antroposofia” - do grego anthropós, homem, e sophia, sabedoria - é uma filosofia de vida que pressupõem reunir os pensamentos: científico, artístico e espiritual numa unidade e que tenta responder às questões mais profundas do homem moderno sobre si mesmo e sobre suas relações com o universo – ou seja, a Antroposofia procura de certa forma ocupar uma lacuna religioso no dia-a-dia das pessoas.
Fundação e Fundador
Essa doutrina foi elaborada no início do século XX pelo filósofo austríaco Rudolf Steiner (1861-1925). A esfera de amplitude da Antroposofia procura abordar o ser humano em seus níveis físico, vital, anímico e espiritual. Trata-se de uma “ciência” que se interessa pelos processos físicos abordados pelas ciências naturais e também por todos aqueles processos que não podem ser materialmente mensuráveis – o mundo espiritual.
Pode-se resumir a Antroposofia de Steiner como um modo esotérico de alcance de um conhecimento supra-sensível da realidade do mundo e do destino humano – Como em qualquer religião, Steiner tenta explicar os motivos da existencialidade. Como seu envolviento com as filosfias “novaerenses” o resultado não poderia ser outro a não ser um compêndio de ensinos anti-bíblicos.
Diz a Wikipédia sobre a Antroposofia de Steiner: “o corpo de conceitos derivados da Ciência Espiritual, coloca o Antrophós (Homem) como participante efetivo do mundo espiritual através de seus corpos superiores, tornando assim evidente no mesmo o conceito do Theós (Deus). A Ciência Espiritual é o meio de experiência consciente direta com o mundo espiritual ... Trata-se, por isso, de um conhecimento exato possível de ser acessado pelo pensar, desde que ele seja desenvolvido para tal pelo trabalho diário (exercício de concentração, revisão da memória, ação pura, percepção pura, etc)...” O que vemos é a mesma linha de raciocínio da New Age, uma linha que tenta conectar o homem com seres do mundo espiritual. Bem cabe aqui o conselho Bíblico: “... alguns apostatarão da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios...” (I Tm 4.1).
No Brasil
A Antroposofia chegou ao Brasil em 1939, mais especificamente ao Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, com os imigrantes europeus. Em São Paulo, o movimento cresceu e consolidou-se, passando então a permear e a orientar diversas atividades profissionais. Segundo o site www.associacaotravessia.org.br, houve a colaboração de cientistas, artistas, médicos, educadores, agricultores, sociólogos e outros profissionais das mais diversas áreas na divulgação dessa filosofia em nosso território.
Pelo que pesquisamos não há um número oficial de adeptos desse movimento. Mas quanto a suas idéias ideológicas, poderíamos dizer que o Brasil está impregnado disso.
Algumas dogmáticas envolvendo esse movimento
Na própria Wikipédia existe uma referência negativa a religiosidade da Antroposofia: “Os críticos designaram-na como um culto com similaridades em relação aos movimentos da Nova Era. Se for um culto, contudo, é um que fortemente enfatiza a liberdade individual. Ainda, alguns críticos sustentam que os antropósofos tendem a elevar as opiniões pessoais de Steiner, muitas das quais são estranhas às visões das religiões ortodoxas, da ciência e das humanidades, ao nível das verdades absolutas... Outra crítica afirma que alguns antropósofos parecem distanciar suas atividades públicas da possível inferência de que a antroposofia é baseada sobre elementos esotéricos religiosos, tendendo a apresentá-los ao público como uma filosofia acadêmica não-sectária”.
O Espiritualismo da Antroposofia
Diz o site da Sociedade Antroposófica: “Por seu método ela chega ao fato de que o universo não é constituído apenas de matéria e energia físicas, redutíveis a processos puramente físico-químicos. Ela descobre um mundo espiritual, estruturado de forma complexa em vários níveis...”.
O que vemos é uma tentativa de tentar conectar o homem ao mundo espiritual. Apesar de ser arvorada que essa Sociedade “não é uma religião”, não vemos isso na prática, pois em vários aspectos o movimento esbarra na definição idêntica do termo religião. O movimento assume que tenta conectar ou ligar o homem a uma esfera espiritualista - nada mais do que o mesmo conceito da religião – que quer religar (religare) o homem com o mundo espiritual ou com Deus.
Para a cosmologia cristã não há vários caminhos ou meios de se ligar a Deus, mas apenas um caminho e um meio. O próprio Senhor Jesus explicitou isso: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim” (Jo 14.6). Falha Antroposofia ao quer usurpar ou ocupar esse posição – posição que no prisma cristão só pode ser ocupada e preenchida por Jesus Cristo. Por mais que essa sociedade tente se desassociar do rótulo religioso, ela não terá sucesso se continuar tentando
O Eu como o cosmo existencial de Steiner
Nas palavras de Steiner: “Reconhecendo-se a si mesmo, o próprio Eu torna-se para o ser humano o seu universo; ao reconhecer o universo, este se torna para o ser humano o seu próprio Eu.”
O Deus teológico e teísta explicita em sua palavra um pensamento bem diferente – Ele se coloca como o GRANDE EU SOU e Único Senhor do Universo:
“Eu, eu sou o Senhor, e fora de mim não há salvador” (Is 43.11). “Assim diz o Senhor, Rei de Israel, seu Redentor, o Senhor dos exércitos: Eu sou o primeiro, e eu sou o último, e fora de mim não há Deus” (Is. 44.6).
Ainda a Bíblia registra um texto muito forte contra a ideologia egocêntrica – “É necessário que ele cresça (Jesus) e que eu (homem) diminua” (Jo 3.3, parênteses do autor).
Diante de apenas alguns pressupostos da Bíblia podemos entender que a revelação cristã é contrária a aos pilares dessa “medicina” espiritualista advogada por esse movimento.
Fontes de pesquisas do artigo:
http://www.associacaotravessia.org.br/html/antroposofia.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Antroposofia
http://pt.wikipedia.org/wiki/Rudolf_Steiner
http://www.sab.org.br/antrop/antrop.htm
http://www.brasilholistico.com.br