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Após morte de promotor, governo argentino vai autorizar desclassificação de documentos secretos sobre atentado
Alberto Nisman, que acusaria a presidente Cristina Kirchner e o chanceler Héctor Timerman, foi encontrado morto por um tiro na cabeça neste domingo
O governo argentino anunciou que vai autorizar a desclassificação dos documentos secretos do caso Amia (Associação Mutual Israelense Argentina), onde um atentado a bomba matou 85 pessoas e deixou cerca de 300 feridos em 1994.
A decisão de desclassificar veio da SI (Secretaria de Inteligência) e foi assinada por Oscar Parrilli, à frente do órgão desde dezembro, quando o governo argentino fez mudanças na agência. A abertura desses arquivos, no entanto, foi ordenada pela própria presidente da Argentina, Cristina Kirchner.
O anúncio aconteceu na tarde desta segunda-feira (19/01), horas depois de o promotor da causa, Alberto Nisman, ser encontrado morto em seu apartamento no bairro portenho de Puerto Madero. Nisman foi designado como promotor especial da causa em 2005 pelo ex-presidente Néstor Kirchner (2003-2007).
Agência Efe
Promotor compareceria hoje para depor no Congresso argentino
O promotor havia denunciado a presidente Cristina Kirchner, o chanceler Héctor Timerman e o deputado Andrés Larroque. Segundo Nisman, os acusados haviam encoberto responsabilidades para facilitar um acordo de entendimento com o Irã, país de onde provém parte dos acusados pelo atentado à Amia.
Quando Nisman fez a denúncia, no dia 14 de janeiro, a juíza María Servini de Cubría havia rejeitado seu pedido de habilitar investigações em caráter especial durante o período de férias judiciais. Com a morte do promotor, o juiz responsável pela causa Amia, Ariel Lijo, voltou ao trabalho e entrou com pedido de medidas urgentes para garantir a integridade das provas que ele deveria apresentar hoje a uma comissão do Congresso Nacional.
Nisman morreu vítima de um disparo de arma de fogo, que atingiu sua cabeça. Em comunicado oficial, a promotora Viviana Fein informou que o resultado da autópsia no corpo de Nisman revelou que não houve intervenção de terceiros na morte do promotor da causa Amia. Entre hoje e amanhã a promotoria espera resultados de exames mais detalhados.
Oposição se manifestou
Pela manhã, o chefe de governo da cidade de Buenos Aires e pré-candidato opositor à Presidência, Mauricio Macri, concedeu uma coletiva de imprensa na qual criticou os serviços de inteligência da Argentina e afirmou que "se essa morte terminar em mais impunidade será um desastre institucional em nosso país".
Macri responde atualmente na Justiça argentina por espionagem ilegal, junto ao ex-chefe da Polícia Metropolitana (que atua na Capital Federal) "Fino" Palacios. Palacios, que foi investigado por Nisman, também é acusado de encobrir vínculos locais com o atentado à Amia e de instalar escutas ilegais em telefones de familiares de vítimas.
O deputado federal e também pré-candidato opositor à presidência, Sergio Massa (Frente Renovador), convocou uma coletiva de imprensa à tarde, quando avisou que havia suspendido suas atividades de campanha para se pronunciar sobre o caso. Massa pediu que o oficialismo e a oposição se unissem para pressionar pela convocatória de sessões especiais no Congresso. Massa solicitou ainda que a Corte Suprema interviesse no caso, bem como a anulação do memorando de entendimento com o Irã, assinado em 2013 e que previa uma Comissão da Verdade binacional para esclarecer o atentado à Amia. O acordo incluía a retirada das ordens de captura emitidas pela Interpol a cidadãos iranianos acusados do atentado, mas nunca foi colocado em prática, já que as ordens seguem vigentes.
Opera Mundi
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