Assange será extraditado para a Suécia
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Assange será extraditado para a Suécia


O Supremo Tribunal do Reino Unido decidiu extraditar Julian Assange para a Suécia. Desde 2010, um tribunal sueco está tentando que o fundador do controverso site WikiLeaks dê um depoimento em relação a uma acusação de estupro. Assange se declara inocente e diz que o processo é politicamente motivado. Segundo ele, depois de ser extraditado para a Suécia, ele vai ser extraditado para os EUA, onde ele é acusado de espionagem.

A decisão de extraditar Assange foi aprovada por uma maioria de votos dos juízes. Cinco juízes do Supremo Tribunal votaram a favor, dois votaram contra. Por enquanto, Assange permanece em Londres, onde está sob prisão domiciliar. O tribunal acedeu ao pedido de seus advogados para recorrer da decisão e eles poderão fazer isso durante duas semanas. Enquanto Londres e Estocolmo coordenam os detalhes técnicos de extradição, não pode haver julgamento. A procuradoria da Suécia vai apenas interrogar Assange em relação às acusações de estupro e abuso sexual, disse o jornalista sueco Malcolm Dixelius:

"O caso está sendo investigado pelo procurador, e ele deve ouvir o depoimento do próprio senhor Assange. Eles não ouviram sua versão, todo esse tempo ele estava na Grã-Bretanha. Por isso, eu suponho que por enquanto não haverá julgamento. O procurador reuniu toda a informação que havia sobre esse caso na Suécia, de modo que o interrogatório não deve durar muito tempo – até 2 semanas."

O processo contra Assange foi iniciado por duas mulheres. Elas acusam-no de crimes de natureza sexual, que ele teria cometido enquanto se encontrava na Suécia em 2010. Assange veio ao país em conexão com seu projeto polêmico WikiLeaks, que publicou centenas de milhares de materiais secretos do Ministério de Negócios Estrangeiros e dos serviços de inteligência norte-americanos. Assange diz que não houve estupro nenhum, e o processo é inspirado para que depois a Suécia o extradite para os EUA, onde ele é acusado de espionagem. Estocolmo, no entanto, ao que parece, não vai receber Assange em breve. Seus advogados já disseram que vão recorrer ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, disse o chefe do Centro de direitos humanos de Moscou, o advogado Mikhail Salkin:

"O fato de sua extradição ser diretamente para a Suécia de nenhuma maneira limita seus direitos. Os advogados fazem bem em olhar um pouco mais adiante: a Suécia pode, sob pressão dos EUA, extraditar Assange para os EUA. A lei dos EUA diz que qualquer divulgação de informações secretas, independentemente do país em que isso acontecer, é um crime. E para isso eles, de fato, escolhem o país que concordará em fazê-lo da maneira mais simples. O problema é que a lei do Reino Unido proíbe a extradição de um cidadão se ele enfrentar a pena de morte. Ora na Suécia essa restrição não existe."

No caso de extradição para os EUA, Assange enfrentará pelo menos a prisão perpétua, dizem especialistas, lembrando a história de um suposto informante do WikiLeaks, o soldado Bradley Manning. Pela combinação das acusações, ele poderá ser condenado à pena de morte. A decisão de extraditar estava errada, diz o ex-secretário e conselheiro de Margaret Thatcher, Michael Dobbs:

"É claro que Assange não é nenhum altruísta e não era por altruismo que ele fazia tudo que está ligado ao WikiLeaks. No entanto, sua contribuição para a divulgação da verdade sobre o que os EUA fazem é significativa e ele realmente ajudou a todos nós. Se ele for extraditado para os Estados Unidos, já nada o ajudará. No melhor dos casos, ele vai ser preso para toda a vida."

As conversas sobre o fato de a Suécia ir extraditar Assange para os EUA são especulações, diz o jornalista Malcolm Dixelius:

"O que aconteceu na América não é um crime segundo a lei sueca. Foi por isso que Assange trabalhou neste país. Na Suécia não será penalizado pela divulgação de informação. Não há nenhum pedido das autoridades norte-americanas sobre este assunto. E depois, a Suécia não tem o direito a extraditá-lo sem o consentimento da Inglaterra. Ou seja, a Inglaterra só o vai extraditar em relação ao caso de estupro, e da Suécia não tem o direito de tomar decisões individuais."

O analista Evgueni Voiko tem outra opinião:

"O contexto político é claramente visível aqui. Ele foi preso algum tempo depois de terem sido publicados documentos secretos sobre o corpo militar dos EUA no Afeganistão e no Iraque. Nesta situação, o processo de Assange é uma questão de honra para a administração dos EUA, em certo sentido, particularmente considerando que existe um processo semelhante – o de Viktor Bout. Aí também a administração norte-americana mostrou que está pronta a ir até ao fim. Mesmo a ambiguidade da sentença não foi a favor de Bout. E no caso de Assange, aparentemente, Washington está preparado para ir até ao fim."

Os especialistas concordam: os Estados Unidos estão acompanhando os acontecimentos e monitorando o processo de extradição de Assange para a Suécia. A mídia, por sua vez, já informa sobre a visita no início de junho a Estocolmo da secretária de Estado Hillary Clinton e diz que isso não é mera coincidência.

Voz da Rússia



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