Reportagem de jornal alemão afirma que o governo em Berlim cancelou todas as exportações de armas para a Arábia Saudita. Segundo a edição dominical do jornal "Bild", a situação na região seria muito instável.
De acordo com o jornal alemão Bild am Sonntag, em reportagem publicada neste domingo (25/01), a decisão do governo alemão de congelar as exportações de armas para a Arábia Saudita já havia sido tomada em reunião do Conselho Federal de Segurança da Alemanha na última quarta-feira.
A chanceler federal alemã, Angela Merkel; o ministro alemão da Economia, Sigmar Gabriel, bem como sete outros ministros pertencentes ao Conselho Federal de Segurança teriam rejeitado tais exportações ou adiado a decisão até segunda ordem.
Com base em fontes governamentais, o Bild am Sonntag afirma que a situação na região seria instável demais para que armas fossem exportadas para lá. As reuniões do Conselho Federal de Segurança são secretas, seus membros se comprometem a manter silêncio absoluto.
Cliente sob críticas
Para a Alemanha, a Arábia Saudita é um cliente importante. De acordo com o jornal, em 2013, o Conselho Federal de Segurança da Alemanha aprovou venda de armas para o reino islâmico ultraconservador no valor de 360 milhões de euros.
O país rico em petróleo, onde um novo monarca assumiu o poder nesta semana após a morte do rei Abdullah, é criticado frequentemente devido a violações de direitos humanos. Atualmente, a condenação do blogueiro Raif Badawi causou consternação internacional. O ativista foi condenado a dez anos de prisão e a mil chibatadas, por ter, presumidamente, ofendido o Islã na internet.
Oposição dos alemães
Pesquisa de opinião encomendada pelo jornal Bild am Sonntag constatou que, diante das violações de direitos humanos, 60% dos alemães rejeitam que Berlim continue a realizar qualquer negócio com a Arábia Saudita.
Somente 29% dos entrevistados disseram ser a favor de relações comerciais com Riad. Quanto às exportações de armas da Alemanha para a Arábia Saudita, 78% dos cidadãos afirmaram rejeitar, somente 17% responderam ser a favor.
DW/Defesa Net