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Calote grego está próximo, e com ele, a bancarrota européia
Quebradeira européia e consequentemente mundial está próxima. A Grécia conta com fundos para pagamentos só até outubro. Com esta notícia, as bolsas voltam a cair:
Lisboa -4.19 %, Paris -4.03 %, Milão -3.98 %, Madrid -3.41 %, Atenas -2.76 %, Frankfurt -2.27 %, Londres -1.63 %...
Nesta altura New York também se encontra em terreno negativo, -1.27 %, enquanto o Bovespa do Brasil fica a -3.20 %.
A Grécia tem capital para se financiar até o mês que vem, disse o vice-ministro de Finanças grego nesta segunda-feira, destacando a necessidade do país em receber a próxima parela de empréstimos da União Europeia e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
A declaração de Filippos Sachinidis confirma comentários feitos anteriormente por outras autoridades gregas em condição de anonimato, reforçando que o governo só tem dinheiro para poucas semanas a mais. “Nós temos definitivamente espaço de manobra até outubro” disse Sachinidis em entrevista à rede de TV Mega, respondendo a perguntas sobre por quanto tempo o governo seria capaz de pagar salários e aposentadorias.”Nós estamos tentando garantir que o Estado possa continuar a operar sem problemas”, acrescentou.
Os credores internacionais da Grécia ameaçaram semana passada a segurar o pagamento de cerca de 8 bilhões de euros em empréstimos por causa dos descumprimentos de metas fiscais no país. Ainda nesta segunda, o Ministério de Finanças grego informou que o déficit do governo central cresceu 22% em termos anuais nos primeiros oito meses do ano, mas que o total ainda ficou dentro da meta.
O buraco no Orçamento entre janeiro e agosto cresceu para 18,101 bilhões de euros, ante 14,813 bilhões no mesmo período do ano passado. Mas o rombo foi menor que a meta revisada de 18,974 bilhões de euros para os primeiros oito meses do ano, segundo o Ministério.
Entenda
No auge da crise de crédito, que se agravou em 2008, a saúde financeira dos bancos no mundo inteiro foi colocada à prova. Os problemas em operações de financiamento imobiliário nos Estados Unidos geraram bilhões em perdas e o sistema bancário não encontrou mais onde emprestar dinheiro. Para diminuir os efeitos da recessão, os países aumentaram os gastos públicos, ampliando as dívidas além dos tetos nacionais. Mas o estímulo não foi suficiente para elevar os Produtos Internos Brutos (PIB) a ponto de garantir o pagamento das contas.
A primeira a entrar em colapso foi a Grécia, cuja dívida pública alcançou 340,227 bilhões de euros em 2010, o que corresponde a 148,6% do PIB. Com a luz amarela acesa, as economias de outros países da região foram inspecionadas mais rigorosamente. Portugal e Irlanda chamaram atenção por conta da fragilidade econômica. No entanto, o fraco crescimento econômico e o aumento da dívida pública na região já atingem grandes economias, como Itália (120% do PIB) e Espanha.
Um fundo de ajuda foi criado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) e pelo Banco Central Europeu (BCE), com influência da Alemanha, país da região com maior solidez econômica. Contudo, para ter acesso aos pacotes de resgates, as nações precisam se adaptar a rígidas condições impostas pelo FMI. A Grécia foi a primeira a aceitar e viu manifestações contra os cortes de empregos públicos, programas sociais e aumentos de impostos.
Os Estados Unidos atingiram o limite legal de endividamento público – de US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões) – no último dia 16 de maio. Na ocasião, o Tesouro usou ajustes de contabilidade, assim como receitas fiscais mais altas que o previsto, para seguir operando normalmente. O governo, então, passou por um longo período de negociações para elevar o teto. O acordo veio só perto do final do prazo (2 de agosto) para evitar uma moratória e prevê um corte de gastos na ordem de US$ 2,4 trilhões (R$ 3,7 trilhões). Mesmo assim, a agência Standard & Poor’s retirou a nota máxima (AAA) da dívida americana.
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