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Chanceler iraniano critica EUA e culpa França por falta de acordo nuclear
SÃO PAULO – O chanceler iraniano, Mohamad Javad Zarif, (foto), negou hoje que Teerã tenha evitado um acordo nuclear na semana passada, como acusou o secretário de Estado americano, John Kerry. O ministro culpou a França pela falta de acordo porque Paris exigiu muitas mudanças no texto final.
O Irã se reuniu em Genebra até o último sábado com os representantes do grupo 5+1 (Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Rússia, China e Alemanha). Após três dias de encontro, ambas as partes decidiram voltar a negociar em dez dias.
Ontem, Kerry disse que o Irã não aceitou a proposta apresentada pelas potências. "As grandes potências estavam unidas no sábado ao apresentar a proposta aos iranianos, mas o Irã não aceitou, neste momento particular não estavam em condições de aceitar", disse Kerry.
Em sua conta no Twitter, Zarif rebateu a acusação e fez uma referência ao chanceler francês, Laurent Fabius, criticado pela imprensa iraniana por sua oposição a um possível acordo.
"Senhor secretário, por acaso foi o Irã que alterou metade do texto dos americanos na quinta-feira e fez a afirmação contrária na manhã de sexta-feira?", escreveu Zarif.
Na sexta, Fabius, que também viajou a Genebra, declarou que existiam avanços, mas nada estava concluído. No dia seguinte, mostrou-se menos otimista: "Há um texto inicial que não aceitamos, não tenho nenhuma certeza de que possamos fechar um acordo neste momento".
Perto do acordo Apesar das críticas de ambos os lados, tanto o Irã como as potências veem que um acordo está próximo. Ontem, o Irã permitiu a entrada dos inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, em inglês) em instalações do programa nuclear, incluindo o reator de Arak.
Nessa planta, Teerã afirma que pretende produzir radioisótopos para o tratamento contra o câncer. Porém, a França afirma que a usina poderia ser usada para a produção de plutônio, um dos elementos químicos usados para a produção de uma bomba atômica.
Zarif também quis tranquilizar os países países árabes da região, preocupados com a melhoria das relações diplomáticas entre Washington e Teerã depois da eleição em junho passado do presidente moderado Hassan Rohani.
"Estas negociações são sobre a questão nuclear iraniana e não sobre alguns países vizinhos do Golfo se preocupam de imediato", afirmou em referência à Arábia Saudita, um dos principais aliados dos Estados Unidos e rivais iranianos.
TNOnline
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