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China e Brasil definem para o fim de semana o lançamento do Cbers 3
As agências espaciais do Brasil e da China definiram a janela de lançamento do satélite sino brasileiro de sensoriamento remoto, o Cbers-3. Isso ocorrerá nesta final de semana. O lançamento do foguete chinês Longa Marcha, que colocará o equipamento em órbita, ocorrerá no período entre as 23 horas do dia 8 próximo até o final da noite do dia 9, em horário de Brasília. Pelo fuso horário dos chineses, o evento foi marcado por Beijin, para ocorrer o disparo do foguete às 11 horas do dia 10, segundo a Agência Espacial Brasileira (AEB).
O equipamento feito em parceria já tem atrasos em seu cronograma e irá substituir o Cbers-2B que deixou de operar em 2010. O Brasil, por meio do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), foi o responsável pela construção, integração e testes da maior parte deste novo satélite.
Esse é o quarto satélite da parceria entre China e Brasil e que deverá ser ampliada para mais um equipamento, o Cbers-4, ou mesmo uma família de satélites de recursos terrestres que continuará a utilizar o Centro de Lançamentos de Tay-Uan, um dos principais núcleos de tecnologia espacial usado pelas autoridades chinesas. Os sites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e da AEB devem transmitir o evento.
O CBERS-3 vem acumulando atrasos desde meados dos anos 2000. O primeiro problema foi a retirada de Us$ 10 milhões do projeto para pagar o envio do astronauta Marcos Pontes ao espaço, a qual não tinha dotação orçamentária prevista na época. O novo satélite sino-brasileiro já teve, pelo menos, três outras datas agendadas e não cumpridas para ser lançado. O atraso tem causado um grave problema, que é a falta de imagens principalmente da região amazônica que sofre com uma ocupação totalmente desordenada e com graves problemas de na ocupação e degradação das áreas de floresta.
Uma das previsões, inclusive anunciada pelo governo federal, era lançar o Cbers-3 no ano passado, No entanto foi abortado devido ao Brasil e China enfrentarem dificuldades na aquisição e testes de componentes do satélite. Algumas peças apresentaram problemas e tiveram que ser trocados, inclusive por terem seus prazos de uso caducados. Ainda ocorreram dificuldades na compra de equipamentos nos Estados Unidos, reconhecidamente um dos boicotadores do programa espacial brasileiro.
As imagens produzidas pelo satélite sino brasileiro são enviadas e gravadas pela Estação de Cuiabá e arquivadas no Centro de Dados de Cachoeira Paulista (SP). Elas são disponibilizadas gratuitamente para qualquer pessoa. O número de imagens distribuídas ao longo de um ano de pleno funcionamento do sistema brasileiro de sensoriamento remoto chega a mais de 300 mil.
O problema é que este banco de imagens não está sendo atualizado desde meados de 2010. O que está sendo considerado um verdadeiro ‘apagão espacial’ no setor de sensoriamento remoto e com enormes prejuízos na comparação dos avanços do desmatamento e da ocupação da Amazônia e de outros tipos de eventos, como os de origem climatológica, como as transformações provocadas pelas grandes chuvas e cheias.
Segundo o assessor da AEB, o geólogo Paulo Roberto Martini, que era o responsável pelo setor de distribuição de imagens pelo INPE, a situação é grave e complexa, pois envolve desde a renovação de contratos vencidos até a falta de perspectivas dos novos acordos.
“ As gravações do Landsat-5 foram encerradas em meados do ano passado e o contrato com seu sucessor, Landsat-8, não apareceu ainda no horizonte, apesar do instrumento estar operando desde maio de 2013, pelo menos. As imagens que estamos baixando do Landsat-8 são do site do Serviço Geológico Americano (USGS ). A gravação dos dados Resourcesat-2, que serviam perfeitamente para aplicações ambientais na falta dos instrumentos Landsat, foi suspensa por falta de agilidade em renovar o contrato. Ficamos então na expectativa do lançamento do Cbers-3 “, explicou.
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