Apesar de não haver confirmação oficial sobre a origem das cinzas que caíram sobre o RJ no último dia 25, imagens e dados de satélites revelam que parte da pluma emitida pelo vulcão Copahue permanecia estacionada sobre a cidade. Além disso, a coloração alaranjada da Lua na Região Sudeste também indicava a presença de material particulado em suspensão.
De acordo com o secretário estadual do Ambiente do RJ, Carlos Minc, equipes de emergência ambientais foram acionadas para identificar a origem das cinzas, mas não obtiveram sucesso. Segundo o secretário, a hipótese de resíduos industriais foi descartada e atribui o evento a um possível incêndio em lixo ou galpão, sem entretanto informar de onde partiu as cinzas.
Imagens de Satélites
Na segunda-feira, um dia antes da observação das cinzas o Apolo11 já alertava que uma pequena parte da pluma vulcânica ejetada na erupção do vulcão havia alcançado a costa da região sudeste do Brasil. A afirmação era sustentada com base em imagens do satélite europeu METEOSAT e do instrumento GOME-2, que identificaram uma área de dióxido de enxofre (SO2) pairando ao longo da costa de São Paulo, Rio de Janeiro e do Espírito Santo.
No dia 25, dados do instrumento GOME-2, a bordo do satélite europeu Metop-A mostraram que a pluma de SO2 estava em suspensão exatamente sobre a região metropolitana do Rio de Janeiro.
Cor da Lua
Outra evidência de que material particulado estava em suspensão sobre a região Sudeste foram as fotos da Lua registradas durante a ocultação de Júpiter. Nas imagens feitas de SP, RJ e ES, a coloração da Lua era invariavelmente alaranjada, enquanto em outras localidades a cor da Lua era tradicionalmente prateada, um sinal claro de que havia uma maior quantidade de material particulado em suspensão. Em São Paulo, essa mudança de tonalidade é geralmente associada à queima da cana de açúcar no interior do Estado.
Hipótese Robusta
Naturalmente, não se pode afirmar com 100% de certeza que as cinzas que caíram no Rio de Janeiro no dia 25 foram aquelas ejetadas durante a erupção do vulcão Copahue, no Chile. No entanto, conjunto de dados de satélites e imagens astronômicas disponíveis é bastante robusto para sustentar essa hipótese.
Fonte: Apolo11