Com Rafale sofrendo turbulência na Índia, concorrentes decolam para o combate
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Com Rafale sofrendo turbulência na Índia, concorrentes decolam para o combate


Adiamento da assinatura do contrato de 20 bilhões de dólares na Índia,’o maior beijo francês do mundo’, leva concorrentes do Rafale a farejar oportunidades

Há dois anos, a Índia escolheu o caça Rafale, fabricado pela francesa Dassault, para negociações exclusivas de um contrato estimado em 20 bilhões de dólares, descrito como “o maior beijo francês do mundo”. Porém, o ministro da Defesa da Índia, A.K. Antony, colocou o caça francês num curso cheio de turbulências.

O ministro declarou na inauguração da exposição de defesa “Defexpo 2014″, na última quinta-feira, que “o custo do projeto é muito alto. Assim, precisamos ser cautelosos. Há questões a respeito do custo do ciclo de vida (metodologia) que ainda não foram resolvidas.”

A.K. Antony também disse que quer resolver esses problemas antes de levar o contrato dos 126 caças multitarefa de porte médio (MMRCA) para o comitê de segurança do gabinete, e que o Ministério da Defesa não tem recursos suficientes neste ano, pelo que a decisão foi transferida para o próximo ano fiscal. Isso praticamente significa que a decisão caberá a um novo governo e a um novo ministro da Defesa, pois é dito que Antony está relutante em continuar no posto, mesmo que seu partido continue no governo, após as eleições.

Competidores do caça francês rapidamente reabriram suas campanhas ao lerem, nas entrelinhas das declarações do ministro, uma relutância em tomar uma decisão que comprometerá a Força Aérea Indiana por cerca de três décadas. Dizendo de outra forma, as palavras foram música para os ouvidos de empresas como o a EADS (do consórcio Eurofighter, fabricante do caça Typhoon), que chegou a ser finalista no programa MMRCA, além da Lockheed Martin e Boeing, dos EUA, e a United Aircraft Corporation, da Rússia, fabricantes dos jatos F-16, F-18 e MiG-35, que não chegaram à fase final da disputa.

Altos executivos das empresas declararam ao jornal indiano The Telegraph que estão convencidos sobre o Governo Indiano ainda precisar se convencer sobre o contrato do Rafale, ao mesmo tempo em que, para a França, esse contrato continuaria longe de ser assinado.

O porta-voz do consórcio Eurofighter, Theodor Benien, afirmou: “Estamos monitorando com grande interesse os desenvolvimentos recentes na Índia. O consórcio Eurofighter está aqui na Índia para demonstrar que está de prontidão para reengajar a qualquer tempo, caso o cliente indiano nos solicite. Nós ouvimos as declarações do ministro da Defesa.”
O representante de outra companhia disse que as palavras do ministro da Defesa podem ser traduzidas da seguinte forma: “O Rafale é muito caro para se manter”. Ao admitir publicamente que há questões sobre o método de precificar o custo do ciclo de vida do sistema, o ministro tornou difícil até mesmo para um novo governo concluir o contrato.

Um porta-voz da Boeing Defence Systems , que estava promovendo o caça F/A-18 E/F Super Hornet antes da Força Aérea Indiana declarar como finalistas o Rafale e o Eurofighter, disse: “Nós já seguimos em frente. Desde então (2011) outras coisas aconteceram: o C-17, o P8i, e estamos trabalhando para concluir esses programas.” O C-17 Globemaster III é um avião de transporte estratégico, com 10 encomendas indianas (cinco já entregues), enquanto o P8i é um avião de patrulha marítima para a Marinha Indiana.

Um executivo disse que muito da razão do Rafale ter sido escolhido pela Força Aérea Indiana, após um processo que levou nove anos, está no fato desta se sentir confortável com a tecnologia francesa após sua experiência com o Mirage 2000. Porém, uma competição aberta acabou não combinando muito bem com o sistema indiano. De todos os aviões do inventário da Força Aérea Indiana, apenas o jato de treinamento avançado Hawk foi escolhido numa competição aberta. E isso levou 20 anos.

Todavia, autoridades do Ministério da Defesa disseram que o contrato foi adiado por duas razões. A primeira é o fator econômico, pois não há recursos financeiros suficientes neste ano. A segunda razão está nos múltiplos arranjos e garantias requeridos entre os fabricantes originais de equipamentos (OEMs – original equipment makers), a Hindustan Aeronautics Limited (HAL – estatal indiana de aviação) e seus fornecedores. Há três fabricantes originais de equipamentos, a Dassault Aviation, a Thales e a Snecma, e os 50% de compensações, ou condições de reinvestimento do contrato, incidirão em dezenas de outros fornecedores domésticos.
Uma autoridade do ministério disse que “no que nos implica, (as negociações) ainda estão em curso. Já levou dois anos e não dá para realmente estabelecer uma linha de tempo nisso.” Vale lembrar que o programa MMRCA prevê a aquisição de 18 caças diretamente do fabricante francês, enquanto 108 jatos deverão ser produzidos na Índia, com transferência de tecnologia.

FONTE / FOTO DO MEIO: The Telegraph India (tradução e edição do Poder Aéreo a partir de original em inglês)



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