Delação de Cerveró mostra que Dilma mentiu sobre Pasadena e que Delcídio agiu a mando da petista
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Delação de Cerveró mostra que Dilma mentiu sobre Pasadena e que Delcídio agiu a mando da petista


03/06/2016

cevero delacao

 

Quando Delcídio Amaral foi preso por tentar comprar o silêncio de Nestor Cerveró, durante reunião com o filho do ex-diretor internacional da Petrobras, o UCHO.INFO afirmou sem medo de errar que o então senador petista não havia agido por razões próprias, mas a mando de alguém e para beneficiar a agora presidente afastada Dilma Rousseff.

Em delação premiada, já homologada pela Justiça, Cerveró comprometeu-se com as autoridades da Operação Lava-Jato a devolver o equivalente a R$ 17 milhões, mas a parte mais importante do acordo foi um conjunto de informações que incrimina Dilma no caso da compra superfaturada da refinaria de Pasadena, no estado do Texas (EUA).

Cerveró disse, em depoimento, que Dilma mentiu sobre a compra da obsoleta refinaria e que a petista sabia que “companheiros” de partido recebiam regularmente propina no rastro do esquema criminoso que, durante uma década, funcionou de forma deliberada na estatal petrolífera.

De acordo com o ex-dirigente da Petrobras, “não corresponde à realidade” a afirmação de Dilma de que aprovou a aquisição da refinaria texana, em 2006, porque as informações sobre o negócio estavam incompletas. Na ocasião, Dilma Rousseff presidia o Conselho de Administração da empresa. Para reforçar o conluio criminoso que viabilizou a compra da refinaria, Cerveró disse também que “houve certa pressa” do conselho na aprovação do negócio que causou um prejuízo bilionário.

“Que o declarante conhece há muito tempo a presidente da República Dilma Rousseff […] Que Dilma Rousseff tinha todas as informações sobre a refinaria de Pasadena; que o Conselho de Administração não aprova temas com base em resumo executivo; que o projeto foi aprovado na Diretoria Executiva da Petrobras numa quinta e na sexta o projeto foi aprovado no Conselho de Administração; que esse procedimento não era usual”, destacou o ex-diretor da estatal.

“Que sempre que havia dúvidas sobre algum tema a ser analisado, o Conselho de Administração solicitava esclarecimentos, que não foi solicitado nenhum tipo de esclarecimento quanto à aquisição da refinaria de Pasadena; que isso indica que não havia dúvida nenhuma quanto à aquisição da refinaria de Pasadena”, disse o delator.

E Cerveró emendou: “que não corresponde à realidade a afirmativa de Dilma Rousseff de que somente aprovou a aquisição porque não sabia dessas cláusulas; que o declarante não tem conhecimento de irregularidade na aprovação da aquisição da refinaria pelo Conselho de Administração da Petrobras”.

“Eu fui… No ano passado eu permaneci muito em evidência por conta da afirmativa da presidente Dilma que eu tinha feito a apresentação sobre uma refinaria que foi comprada nos Estados Unidos e que ela… –que a responsabilidade de aprovação é dela, é do Conselho– e que ela disse que só tinha aprovado porque não tinha as informações suficientes, o que não é verdade. Mas isso, eu estou só me permitindo um recuo”, reforçou Nestor Cerveró em depoimento.

Sobre o pagamento de propinas a políticos, Cerveró não economizou palavras e colocou a presidente afastada em situação de dificuldade, ao afirmar que Dilma acompanha “de perto os assuntos referentes à Petrobras” e que “conhecia com detalhes os negócios” da estatal.

“Que o declarante supõe que Dilma Rousseff sabia que políticos do Partido dos Trabalhadores recebiam propina oriunda da Petrobras, que, no entanto, o declarante nunca tratou diretamente com Dilma, sobre o repasse de propina, seja para ela, seja para políticos, seja para o PT”, disse.

Além da devolução dos R$ 17 milhões, o acordo de colaboração premiada estabelece que o ex-diretor da petrolífera nacional só poderá ser condenado a no máximo 25 anos de prisão, somadas todas as penas decorrentes dos processos da Lava-Jato que o mesmo responde na Justiça.

Com base no acordo, a pena de prisão, a ser cumprida em regime fechado, é de 1 ano, 5 meses e 9 dias. Considerando que Nestor Cerveró foi preso em janeiro de 2015, no Aeroporto Tom Jobim, quando desembarcava de um voo procedente da Europa, continuará a cumprir pena em regime domiciliar a partir do próximo dia 24, com direito a monitoramento por tornozeleira eletrônica.




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