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Depois de comprar deputados, Dilma agora vai à feira no Senado
A presidente Dilma já jogou a toalha e sabe que o Impeachment passará na câmara. Mesmo assim, no varejo da Câmara há muitos "indecisos" que esperam a melhor oferta para decidir de que lado ficar. Em Brasília, é notória a conversa: Quem votar contra o impeachment leva R$ 1 milhão. Quem faltar leva R$ 400 mil. As negociações tem sido tocadas pelo ex-presidente Lula que se instalou em um hotel vizinho ao Congresso e de lá comanda o toma-lá-dá-cá.
Com a batalha perdida na Câmara, agora Dilma e Lula vão atrás dos senadores oferecendo toda a sorte de vantagens. O governo iniciará nesta semana uma ofensiva para distribuição de cargos também no Senado, com o objetivo de construir um "blocão" contra o impeachment naquela Casa. A ideia do Palácio do Planalto é mostrar principalmente aos deputados indecisos que a presidente Dilma Rousseff tem apoio no Senado, e, com isso, incentivar o "voto útil" contra o seu afastamento na Câmara.
A nova estratégia, combinada com a reforma ministerial, foi discutida ontem, durante reunião de Dilma com ministros do PT. Até agora, o Planalto concentrava suas energias na Câmara, mas a ordem é ampliar o "varejo" político para acomodar apadrinhados por senadores aliados em postos-chave, como ministérios e bancos públicos, aproveitando o espólio do PMDB, que anunciou o rompimento com o governo. O movimento tentará convencer o "baixo clero" --formado por políticos pouco conhecidos-- que Dilma possui todas as condições para enfrentar os adversários, mesmo porque tem a caneta na mão.
Tudo será feito para criar uma "onda" anti-impeachment que leve ao "voto útil", ainda que seja por temor de represálias em caso de permanência de Dilma. Cabe ao Senado referendar ou não, por maioria simples, eventual decisão da Câmara pela continuidade do processo, o que depende do apoio de 342 deputados.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), chegou a dizer ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva que, se a deposição de Dilma receber sinal verde da Câmara, será difícil reverter o quadro. A percepção ainda é essa, mas o governo acredita que o "blocão" - montado por senadores do PT, PC do B e uma ala do PDT e do PRB, além de "pedaços" do PMDB e PSB - vai atrair o "baixo clero".
Dilma se reuniu com os ministros Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo), Jaques Wagner (Gabinete Pessoal) e José Eduardo Cardozo (Advocacia Geral da União), no Palácio da Alvorada, para tratar da reforma no primeiro escalão. A nova composição da equipe ainda não foi anunciada por causa do impasse com o PMDB.
Dos sete ministros do partido comandado pelo vice-presidente Michel Temer, apenas Henrique Eduardo Alves (Turismo) entregou o cargo. Os demais disseram a Dilma que são solidários a ela e estão dispostos a se licenciar do PMDB para ficar a seu lado.
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