Diplomatas dos EUA culpam Israel por fracasso das negociações
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Diplomatas dos EUA culpam Israel por fracasso das negociações


Uma longa entrevista com diplomatas dos EUA foi publicada recentemente pelo jornal israelense Yedioth Ahronoth, responsabilizando o governo de Israel pelo fracasso do último período de negociações com os palestinos. Ao contrário do que a mídia daquele país costuma apresentar, a “culpa” pela falha da diplomacia, desta vez, não foi posta sobre os ombros da liderança palestina. Entretanto, a responsabilidade dos próprios Estados Unidos ficou opaca.

Foreign Policy - Secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu.Secretário de Estado norte-americano, John Kerry, e o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. De acordo com Larry Derfner, jornalista israelense que escreve para a revista eletrônica independente +972, a frase que lhe pareceu mais surpreendente, dita por um diplomata não identificado dos EUA, foi: “Parece que estamos precisando de outra intifada [levante palestino contra a ocupação] para criar as circunstâncias que permitam o progresso.”

De fato, a iminência da terceira intifada era uma certeza para muitos observadores internacionais, especialmente no fim de 2013, quando os cinco meses de negociações já transcorridos mostravam apenas o aumento da ocupação e da violência direta nos territórios palestinos, assim como a falta completa de qualquer avanço diplomático.
Os diplomatas entrevistados pelo jornalista Nahum Barnea colocam quase toda a responsabilidade do fracasso das negociações, cujo prazo oficial terminou em 29 de abril, sobre os ombros do governo de Israel que, por exemplo, anunciou a construção de 14 mil novas habitações nas colônias israelenses apenas nos nove meses de diálogo, retomado em julho de 2013.

Entretanto, as fontes esqueceram-se da responsabilidade do seu próprio país, os Estados Unidos, que se vestiram com a fantasia de “mediadores” no chamado “processo de paz”. Os 20 anos dos Acordos de Oslo, assinados em 1993, foram marcados por diversos críticos com a ênfase sobre a negligência estadunidense em relação à violação israelense do acordado e ao aumento efetivo da ocupação multidimensional, dos territórios e das vidas dos palestinos.

Além disso, não foram raras as vezes em que as autoridades estadunidenses, seja o presidente Barack Obama ou o secretário de Estado John Kerry, declararam sua aliança incondicional a Israel, tanto para garantir a sua posição na questão – o que não condiz com um “mediador” – quanto para apaziguar os ânimos da extrema-direita ortodoxa israelense, descontente com o que pareciam ser propostas de “concessões” aos palestinos.

Por “concessões”, aliás, ficaram entendidas, por exemplo, as reprimendas brandas das potências ocidentais com relação à expansão das colônias ilegais que, afinal, poderiam não ficar sob o controle israelense, caso um Estado da Palestina fosse reconhecido por Israel e seu grande irmão estadunidense.

O posicionamento racista, extremista e violento de grande parte do governo israelense é o principal responsável pelo fracasso diplomático, já que o estado atual das coisas é, supostamente, vantajoso para Israel – embora o custo da “insegurança” e da colonização esteja aumentando.

Entretanto, além de garantir a impunidade do seu aliado frente aos crimes que comete contra os palestinos e as violações diárias dos direitos humanos, os EUA chegaram a fazer propostas incabíveis para o encaminhamento da questão, como a manutenção de tropas israelenses na Cisjordânia após o reconhecimento do Estado da Palestina, a permanência de algumas colônias e a relativização do direito dos refugiados ao retorno. Sua responsabilidade na perpetuação da ocupação, que não é nova e não foi inaugurada na última rodada de negociações – se é que pode ser chamada assim – também não pode ser ignorada.

Oriente Mídia



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