Mais de 50 diplomatas americanos assinaram um documento em que pedem que os Estados Unidos empreendam ataques contra as forças leais ao regime do ditador sírio, Bashar al-Assad. Eles criticam a estratégia militar americana, que tem como alvo apenas o grupo "Estado Islâmico" (EI), na Síria e no Iraque.
A medida teria objetivo de pressionar Assad a aceitar o acordo de cessar-fogo assinado em fevereiro, que tem sido frequentemente violado por rebeldes e forças do regime sírio apoiadas pela Rússia.
"A justificativa moral para tomar medidas que acabem com as mortes e o sofrimento na Síria, depois de cinco anos de guerra brutal, é evidente e inquestionável", diz o documento obtido pelo jornal The New York Times. "O status quo na Síria continuará a apresentar terríveis desafios humanitários, diplomáticos e relacionados com o terrorismo, se não desastrosos."
O porta-voz do Departamento de Estado americano, John Kirby, diz que o secretário John Kerry não vai se envolver com o pedido feito pelos diplomatas. O documento teria vindo de uma "ala dissidente" de autoridades que acompanham o conflito sírio desde 2011.
Ataques diretos contra Assad representariam uma grande mudança na política americana de não intervir diretamente na guerra civil na Síria, apesar de Obama defender que o ditador deixe o poder para que haja uma transição política no país.
A ala dissidente defende a possibilidade de ataques aéreos contra as forças de Assad, mas não faz menção ao envio de soldados por terra à Síria.
Trégua
Nesta quinta-feira, a Rússia anunciou o início de um novo cessar-fogo, de 48 horas, na cidade síria de Aleppo, palco de disputas entre o regime de Assad e rebeldes.
O objetivo é "reduzir o nível de violência armada e estabilizar a situação", afirmou o Ministério da Defesa russo em comunicado.
Também na quinta-feira, o diretor da CIA, John Brennan, alertou o Congresso americano sobre os planos futuros do EI de articular novos ataques contra inimigos externos no Ocidente.
"Infelizmente, mesmo com todos os progressos contra o EI no campo de batalha e na esfera financeira, nossos esforços não têm reduzido a capacidade terrorista do grupo e seu alcance global", disse.
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DW