02/06/2016
Dias antes de o Senado Federal decidir pelo afastamento de Dilma Rousseff, a força-tarefa que atua em sua defesa afirmou, no vácuo da conhecida desfaçatez, que a petista estava sendo afastada no momento em que a economia nacional começava a retomar a rota do crescimento, como se isso não fosse a mais deslavada mentira.
A crise econômica avança de maneira assustadora, fazendo vítimas em todos os segmentos indiscriminadamente. Por mais que as falácias de Dilma e sua súcia reverberem na parcela desavisada da população, os números da economia não deixam dúvidas a respeito do estrago promovido pela petista nos cinco anos e quatro meses que permaneceu no principal gabinete do Palácio do Planalto.
Depois da escalada do desemprego, que no momento já impõe a 11,4 milhões de trabalhadores brasileiros o desespero do ócio – sem contar os que não procuram um trabalho –, agora é a vez do fechamento das empresas. O que pode assustar os desempregados que decidiram pelo empreendimento individual como alternativa de sobrevivência.
De acordo com dados do Serviço Central de Proteção ao Crédito (Boa Vista SCPC), o número de falências e recuperações judiciais é alarmante. Segundo a Boa Vista SCPC, os pedidos de falência registraram aumento de 34% em maio, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Em relação a abril deste ano, o aumento foi de 9%, o que é mais assustador. Esse resultado mostra que os pedidos de falência aumentaram 27,5% no acumulado do ano, até maio, em comparação com o meso período de 2015.
De janeiro a maio deste ano a decretação de falências também registrou considerável aumento: 13,9% em relação ao mesmo período de 2015. Na análise interanual, o número de falências decretadas do mês de maio aponta aumento de 39,2%, ao passo que na avaliação mensal (comparando com abril deste ano) o volume avançou 26,2%.
Em outro vértice da crise, os pedidos de recuperação judicial e as recuperações deferidas, na somatória do ano, registraram aumento de 124,7% e 123,9%, respectivamente.
Para os analistas da Boa Vista SCPC, o quadro enfrentado pelas empresas piorou muito, reflexo da queda de receita e aceleração dos custos. Os especialistas avaliam que para os negócios o cenário “está ainda mais complexo que o ano anterior”, registrando “números de falências e recuperações judiciais alarmantes”.
Mesmo com a chegada interina de Michel temer à Presidência da República, a perspectiva de melhora da economia é quase nula no curto prazo. Isso porque as medidas a serem adotadas, que por enquanto estão sendo elaboradas, dependem da boa vontade do Congresso Nacional, que vive o pior e mais degradante momento de sua história. A política brasileira há muito vive à sombra do fisiologismo bandoleiro, o que compromete as necessidades do País e os interesses da população.
Considerando que medidas econômicas só produzem efeitos depois de seis meses, o ano de 2016 é perdido, pois nada de concreto e definitivo acontecerá enquanto o processo de Dilma Rousseff não chegar o fim, o que enseja uma enxurrada de recursos ao Supremo Tribunal Federal, onde a interpretação filosófica da lei Muitas vezes entra em cena de acordo com o interesse do cliente.