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Elite da Marinha ganha minisubmarinos para operações especiais na água
Grupamento de Mergulhadores de Combate (Grumec) é a unidade designada para retomada de plataformas de petróleo, navios e ao combate à pirataria naval.
Em dezembro de 1941, e, plena 2ª Guerra Mundial, seis “homens-rãs” da Marinha italiana, equipados com garrafa de ar comprimido que durava até 6h debaixo da água, saíram de um submarino próximo do porto de Alexandria e entraram em minisubmarinos adaptados de torpedos. A pequena embarcação de 1,5 tonelada e 6,7 metros, tinha velocidade de 2 nós (3,7 km/h) e comportava dois militares, sentados, um sentado à frente do outro.
Eles penetraram no porto sem ser detectados e plantaram explosivos que afundaram dois navios de guerra e um navio-tanque britânicos, no total de 80 mil toneladas. A história é famosa entre as forças especiais e analisada em detalhes no livro “Spec Ops” (Operações Especiais, em tradução livre), do almirante William McRaven, atual comandante do Comando de Operações Especiais dos EUA e chefe do Comando Conjunto de Operações Especiais à época em que os Seals norte-americanos mataram o terrorista Osama Bin Laden.
O Grumec (Grupamento de Mergulhadores de Combate), unidade de elite da Armada da Marinha Brasileira, está capacitado a fazer esse tipo de operação especial e recebeu recentemente modernos minisubmarinos americanos da Stidd Systems, expostos na LAAD (Feira Internacional de Defesa e Segurança).
Os equipamentos navegam a 8 nós, ou 15km/h, “o que é muito rápido debaixo d’água”, explica o capitão de corveta Cláudio Pereira da Costa. Costa concluiu o superexigente curso de mergulhador de combate em 2004 e em 2010 completou também o treinamento dos Navy Seals dos EUA, que utilizam o mesmo minisubmarino, uma espécie de jet ski subaquático.
Grumec é responsável por resgate e retomada de plataformas e navios.A unidade de operações especiais da Marinha é a designada, entre as Forças Armadas Brasileiras, para fazer eventuais retomadas de plataformas de petróleo, navios e combate à pirataria naval, além de operações de contraterrorismo e abordagem não-cooperativas de navios hostis. Um destacamento integra a força naval da Missão da ONU no Líbano.
As ações dos mergulhadores de combate da Marinha têm o propósito de destruir ou danificar objetivos de interesse em ambiente aquático, e capturar ou resgatar pessoal e material, obter informações e produzir efeitos psicológicos, entre outras atividades. Com o avanço do Pré-Sal, atividades como esta ganham ainda mais importância na defesa dos interesses nacionais.
Minisubmarinos têm tecnologia avançadaO equipamento conta com carta eletrônica, navegação submersa, bússola, profundímetro, computador de bordo, entre outras ferramentas de tecnologia, muito mais avançadas que as dos homens-rãs italianos da 2ª Guerra Mundial.
O Grumec está de olho ainda em um outro DPD (Diver Propulsion Device, equipamento de propulsão de mergulhador), o Blackshadow 730, anunciado na LAAD (Feira Internacional de Defesa e Segurança), no Rio. O minisubmarino da alemã Rotinor, a ser testado pelos brasileiros, tem o design assinado pela BMW e se assemelha a um tubarão. A Rotinor atua desde 2009 e já vendeu o equipamento, que custa US$ 95 mil a unidade, para forças armadas da China, Japão, Itália e Espanha, segundo o representante Maik Schreiber.
Segundo ele, sua máquina é capaz de transportar quatro mergulhadores, tem mecanismos modernos e mapas de navegação avançados. O motor de oito cavalos de potência permite que o minisubmarino se mova mais rapidamente que o modelo norte-americano. “Antes, esse equipamento aparecia só nos filmes de James Bond, agora é uma realidade”, disse Shreiber.
FONTE: Último segundo - Raphael Gomide
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