Enquanto isso, o nível dos oceanos tem vindo a subir, embora a ritmos menos elevados, como estimam os cientistas alemães. Os especialistas estão acompanhando o processo, utilizando uma vasta gama de métodos de observação modernos, salienta o dirigente do Departamento de Interação do Oceano e Atmosfera junto do Instituto de Pesquisas do Ártico e Antártico, com a sede em São Petersburgo, Guenrikh Alexeev.
"O monitoramento do nível oceânico se efetua através de satélites. Conforme as estimativas mais generalizadas, este tende a subir em 3,4 milímetros ao ano, o que constituirá 34 cm no século XXI. Como se vê, não é um indicador preocupante, tanto mais para a Rússia e os países nórdicos. Por outro lado, são valores sérios para os Estados insulares situados na zona equatorial tropical, onde as ilhas de coral se erguem a apenas 1,5 metros acima do nível do mar."
Entretanto, o nível dos oceanos não se elevará muito devido à desaceleração de ritmos do aquecimento global, prossegue o cientista. A subida de 60% se deve ao aumento da temperatura da água nos oceanos. Os peritos de ânimos mais pessimistas apontam para um progressivo degelo, sobretudo, na Groenlândia. Ao mesmo tempo, na maior parte da Antártida as geleiras vão crescendo.
Os cientistas consideram que furações e cheias semelhantes às que surgiram no Golfo do México poderão ser mais freqüentes. Mas estes fenômenos não se relacionam com a subida do nível do oceanos. Seja como for, a Humanidade não está ameaçada por um novo Dilúvio, garante Anatoli Sagalevitch, colaborador do Instituto da Oceanologia da Academia Nacional de Ciências.
"Nos próximos milênios podemos viver sossegados. Essa hipótese tem fundamentos. Nas Bermudas mora o mergulhador experiente Teddy Tucker. À profundidade de 20 metros ele achou uma árvore com a idade de 7,5 milhões de anos, oque quer dizer que, neste lapso de tempo, o nível oceânico registrou uma subida de 12 metros. Daí, se pode calcular a subida anual. No Oceano Pacífico, foram feitos cálculos semelhantes, relativos à imersão de algumas montanhas. Em virtude disso, seria prematuro falar de eventual imersão das depressões no território da Europa."
Em última análise, a hipótese de um novo Dilúvio pode ser definitivamente afastada. Por que vão surgindo então tais previsões assustadoras? Os dados recolhidos por cientistas alemães foram divulgados na Conferência Internacional em Doha. Foi ali que se travaram acaloradas polémicas à volta do Protocolo de Kyoto, que visa a diminuição de emissões de gases do efeito estufa. O Canadá, a Rússia e o Japão recusaram-se a prorrogar a vigência do Acordo. Não se exclui, pois, que os prognósticos pessimistas não passem de uma tentativa de exercer pressão sobre os Estados que desistiram de participação neste convênio internacional.
Fonte: Voz da Russia
Jhero