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Extremo Oriente: em busca do ponto de equilíbrio
O Extremo Oriente russo foi palco das maiores manobras estratégicas dos últimos anos, envolvendo cerca de 100 mil militares, mais de mil e quinhentos veículos blindados, mais de 130 aviões e helicópteros e 70 navios de guerra, lanchas e submarinos da Frota do Pacífico. A grande escala das manobras e a decisão repentina de as realizar levam a pensar numa nova etapa no desenvolvimento da máquina militar russa no Extremo Oriente.
Com mais de cem mil homens, mais de 150 aviões e helicópteros, 70 navios, lanchas, submarinos e navios de apoio, mais de mil e quinhentos veículos blindados, artilharia, sistemas de defesa antiaérea, sistemas operacionais de mísseis táticos e os respetivos serviços de retaguarda, as dimensões destas manobras foram realmente impressionantes.
Mas não se trata só de uma questão de dimensões. O grande teste destas manobras foi a combinação da sua escala com o fato de terem sido repentinas. Mesmo uma brigada que não seja das melhores poderá corresponder de uma forma excelente a uma inspeção repentina se o seu comandante tiver de destacar uma companhia ou um batalhão. Com aviso prévio, é possível preparar convenientemente uma brigada completa para entrar em ação. Manobras inesperadas conjugadas com o envolvimento simultâneo de várias dezenas de brigadas de quatro exércitos e restantes forças de uma região militar mostra o que vale realmente uma máquina militar “aqui e agora”.
É evidente que, num sistema enorme como este, nem tudo irá funcionar de forma ideal e que, certamente, a lista de avarias, atrasos, erros e falhas irá preencher mais de uma página de relatórios, mas a questão é saber se há uma reserva suficiente de solidez do sistema como um todo para que os defeitos no seu funcionamento não prejudiquem o cumprimento dos objetivos.
O principal cenário das manobras é a realização de uma operação defensiva na região com o aumento das forças da região militar com reforços a partir do centro e da parte ocidental do país. Tendo como pano de fundo as recentes manobras conjuntas com a China e os tradicionais atritos com o Japão por causa da questão das ilhas Curilhas, o objetivo principal das manobras é bastante claro, assim como são claras as razões do envolvimento nestas manobras de praticamente todas as unidades válidas da Frota do Pacífico.
A hipótese da repetição nas Curilhas de um cenário como o das Malvinas (Falkland) continua a ser completamente possível dentro do planejamento militar da Rússia. O aumento da prontidão das tropas no Extremo Oriente é, talvez, a forma mais segura de evitar a sua repetição. Nos próximos anos, o Extremo Oriente russo será o destinatário principal do novo material militar e armamento previsto pelo Programa Estatal de Armamento. Só durante o próximo ano ele deverá receber mais de 30 novos aviões de combate. A Frota do Pacífico, que irá suportar o maior esforço no caso de possíveis operações no enorme teatro que se estende de Vladivostok à ilha Sacalina e de Petropavlovsk à extremidade meridional do arquipélago das Curilhas, também não ficará sem reforços. Até 2020, a frota deverá receber pelo menos 10 novos navios de combate, incluindo navios de desembarque da classe Mistral, assim como submarinos, aviões e helicópteros modernizados e diversos navios de apoio.
Voz da Rússia
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