A atriz #Fernanda Torres, filha de Fernanda Montenegro, faz parte do grupo de artistas que desejam a volta de Dilma ao governo e que chama os brasileiros contrários a corrupção do PT de golpistas. A atriz já havia se indisposto com o atual presidente da Funarte, Francisco Bosco, por causa de suas críticas contra artistas renomados que se valiam de amigos para ter acesso ao do dinheiro do Ministério da Cultura.
Fernanda Torres ficou indignada com o termo "Consagrado", usado por Bosco ao se referir aos artistas famosos que não precisavam recorrer ao dinheiro do contribuinte para financiar seus projetos.
Abaixo, o trecho de um artigo da atriz, criticando o diretor da Funarte:
"Em uma entrevista ao jornal "Valor Econômico", o presidente da Funarte, Francisco Bosco, afirmou que seu pai, João Bosco, teve dignidade suficiente para jamais ter feito uso das leis de incentivo à cultura.
Consagrado é um termo genérico de difícil definição. Que linha separa o consagrado do resto? Um contrato de televisão? O número de DVDs vendidos? Em que momento um artista deixa de ser digno da lei?
Um "consagrado", palavra nefanda, é alguém que, apesar das violentas reviravoltas do país, teve fôlego para chegar até aqui. A Funarte deveria protegê-lo, não demonizá-lo".
Neste trecho, A atriz deixa claro que acha justo que artistas como ela, sua mãe, Chico Buarque, Luan Santana, Claudia Leite e Porta dos Fundos tenham prioridade no acesso ao dinheiro do contribuinte, no lugar dos pequenos grupos teatrais de comunidades carentes em todo o país.
Abaixo, a resposta de Francisco Bosco a Fernanda Torres:
" É oportuno que essa conversa com Fernanda Torres, que toma como eixo principal de suas críticas uma declaração em que me digo contra a captação de recursos via incentivo fiscal por "artistas consagrados, capazes de se viabilizarem plenamente no mercado".
Ela questiona a precisão e pertinência do termo "consagrado", que entretanto é logo depois definido pelo termo "mercado". Esclareço: penso que o Estado, de modo geral, não deve usar dinheiro público para viabilizar projetos que o mercado já viabiliza.
A redundância não é só econômica, é sobretudo cultural, pois o mercado tende a financiar as linguagens de fácil assimilação, de entretenimento, numa lógica característica da indústria de massas.
Fernanda Torres considera justos os mecanismos atuais das leis de incentivo. Eis sua ideia de justiça: atualmente a região Sudeste fica com cerca de 90% dos investimentos para a cultura. Além disso, 50% do dinheiro alavancado, via Lei Rouanet, beneficia apenas 3% dos que apresentam projetos. O Estado, tal como o pensam o MinC e a Funarte, deve agir no sentido de tornar esse cenário mais igualitário".