Franco afirma que Paraguai deixará de ceder energia a Brasil e Argentina
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Franco afirma que Paraguai deixará de ceder energia a Brasil e Argentina


O novo presidente paraguaio afirmou que o país não cederá energia ao Brasil

Novo presidente paraguaio não citou que o governo deposto de Lugo conseguiu triplicar o montante do valor pago pelo Brasil pela eletricidade

O novo presidente do Paraguai Frederico Franco afirmou nesta quarta-feira (08/08) que não pretende mais “ceder” energia ao Brasil e Argentina, com os quais compartilha a operação das hidrelétricas de Itaipu e Yacyretá, respectivamente. Segundo Franco, seu governo pretende levar adiante uma política que estimule o uso dessa energia dentro do próprio país.

"A decisão do governo é clara: não estamos mais dispostos a seguir cedendo nossa energia. E prestem bem atenção que uso a palavra ceder. Porque o que estamos fazendo é ceder ao Brasil e à Argentina, nem sequer estamos vendendo", disse ele, em discurso publicado na página da Presidência paraguaia. Na ocasião, Franco apresentou um anteprojeto de lei de política energética.

O Paraguai fornece a maior parte da produção de energia das duas empresas a seus vizinhos por preços considerados menores em relação aos praticados no mercado, segundo estabelecem os acordos bilaterais.

Franco, que assumiu a presidência do Paraguai em junho após a destituição de Fernando Lugo, disse que o Paraguai tem 85% do faturamento de energia baseado nas hidrelétricas, mas consome somente 15% porque a maior parte é utilizada por seus vizinhos.

"Devemos procurar trazer nossa energia de Itaipu e Yacyretá, criar indústrias para que haja trabalho para nossa gente (...) e para isso a única alternativa é criar condições de segurança para poder industrializar o país", disse.

No entanto, Franco não citou que o governo deposto de Lugo conseguiu triplicar o montante do valor pago pelo Brasil pela eletricidade e um acordo para a construção de uma linha de transmissão de 500 quilovolts entre Itaipu e Assunção, para que o país utilize mais da energia que lhe cabe na usina.

Franco disse que este último projeto possibilitará a instalação de um maior número de indústrias, que igualmente deverão ser encorajadas por um preço mais conveniente de energia.

Pouco depois de assumir, o governo de Franco iniciou negociações com a multinacional Rio Tinto Alcan para a instalação de una fábrica de alumínio, que foram paradas por divergências sobre o preço da energia elétrica que seria fixada.

"Estamos castigando o setor que mais produz e como consequência brilha em toda São Paulo, Buenos Aires, e nós temos que andar no escuro no Paraguai. Não tem sentido isso, temos que mudar", disse Franco.

Argentina e Brasil são os maiores integrantes do Mercosul. O órgão suspendeu o Paraguai do grupo diante da destituição de Lugo, por considerar que houve uma quebra do sistema democrático no país.

Diretor de Itaipu diz que ameaça paraguaia não preocupa

A declaração do presidente do Paraguai, Federico Franco de que seu país não continuará “cedendo” energia ao Brasil nem à Argentina não preocupa o diretor-geral brasileiro da Usina Hidrelétrica de Itaipu, Jorge Miguel Samek. Segundo ele, a usina tem regras que definem claramente as formas de compra de energia e o seu funcionamento.

Em nota publicada hoje (8) no portal da Presidência paraguaia, Franco diz que “a decisão do governo é clara. Não continuará a ceder nossa energia”, para em seguida enfatizar: “Notem que eu usei a palavra 'ceder', porque o que estamos fazendo é dar energia para o Brasil e a Argentina. Não estamos vendendo mesmo", declarou o presidente paraguaio ao defender o estabelecimento de “uma política de Estado” do país sobre a questão.

De acordo com o governo paraguaio, até dezembro será enviado ao Congresso do país um projeto de lei que garantirá que a decisão não seja alterada por seus sucessores, de forma a garantir a soberania e a convergência energética do Paraguai. “Vamos trazer aquilo que é nosso, de Itaipu e Yacyretá, e criar postos de trabalho para evitar migrações. A única alternativa será criar condições de segurança a fim de industrializar o país”.

Samek disse à Agência Brasil que não está “nada preocupado” com o caso. “Itaipu tem contrato e tratado que estabelecem claramente formas de compra [de energia] e de funcionamento [da usina]. Eles compram a energia necessária para o país e o que não consomem é comprado pelo Brasil”.

“Claro que se eles consumirem mais haverá, obviamente, menos energia para o Brasil. Mas isso requer instalação de novas indústrias e fatores que levem a um maior consumo. Isso está muito bem consumado no contrato”, disse Samek.

O diretor de Itaipu acrescentou que teve um encontro com o presidente paraguaio na semana passada.

“Estive com o presidente Franco na última sexta-feira (3), quando ele visitou as instalações da usina. Conversamos muito e ele acenou que estava tudo normal”, declarou.

O diretor da usina não quis comentar o teor da nota publicada pela Presidência paraguaia. “Não entro em questões de política interna deles”.

A Usina Hidrelétrica de Itaipu, construída e administrada conjuntamente pelo Brasil e Paraguai, tem 14 mil megawatts de potência instalada e atende a cerca de 19% da energia consumida no Brasil e a 91% do consumo paraguaio.

O Tratado de Itaipu, firmado em 1973, estabelece que cada país tem direito a usar metade da energia gerada pela usina. Como usa apenas 5% do que teria direito, o Paraguai vende o restante ao Brasil.

Opera Mundi



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