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GRUMEC – as Forças Especiais da Marinha do Brasil
O Grupamento de Mergulhadores de Combate (GRUMEC) é uma Organização Militar da Marinha do Brasil (MB), subordinada ao Comando da Força de Submarinos e está na Ilha de Mocanguê, Niterói, Rio de Janeiro, na sede da Esquadra brasileira.
Em sua estrutura organizacional operativa o GRUMEC possui três divisões de operações especiais, responsáveis por todas as tarefas que não sejam relacionadas à retomada e resgate (reconhecimentos, levantamentos de praia etc.) e uma divisão de retomada e resgate, chamada Grupo Especial de Retomada e Resgate do GRUMEC (GERR-MEC), responsável por estas ações. Assim que chegam do curso de formação de Mergulhadores de Combate, os militares são agregados às divisões operativas e, após dois ou três anos de experiência, são inseridos no GERR-MEC que, por conta da natureza de suas ações, requer militares mais experientes.
O Brasil tem conseguido um importante destaque no cenário internacional por conta de diversos fatos marcantes como: a descoberta do pré-sal, a autossuficiência do petróleo, o crescimento de sua economia, participações da Marinha em operações internacionais (com a OTAN), entre outros. Por causa de sua preparação e qualificação, o GRUMEC tem atualmente condições de atuar nas mais diversas áreas em que a Marinha do Brasil se faz presente. Seja no patrulhamento e reconhecimento dos inóspitos ambientes operacionais brasileiros, como os imensos rios amazônicos, os tortuosos rios do Pantanal Mato-Grossense, na Amazônia Azul – faixa oceânica do litoral brasileiro sob responsabilidade da MB –, ou na contribuição para a manutenção da lei e da ordem no Haiti, ações de Interdição Marítima, ações de retomada e resgate de reféns ou instalações, os Mergulhadores de Combate da Marinha do Brasil estão sempre prontos para cumprir sua missão.
Como organização militar responsável pela execução de operações especiais no âmbito da Esquadra, integrando permanentemente sua Força de Emprego Rápido, ela está em perfeita sintonia com as mudanças de paradigma quanto ao emprego das Forças Armadas no século XXI, em face da sua reduzida estrutura e consequente baixo custo de manutenção, em comparação à grande flexibilidade e agilidade de emprego em múltiplas tarefas. Há mais de trinta anos os militares do GRUMEC vêm participando de todas as Operações Anfíbias da Esquadra: apoiando os lançamentos de torpedos e mísseis; realizando exercícios de ataque a navios, tanto da Esquadra como das Forças Distritais; participando de operações ribeirinhas na Amazônia e no Pantanal Mato-Grossense; e executando exercícios de retomada de navios e plataformas de petróleo e resgate de reféns.
Seguindo a tendência dos mergulhadores de combate das marinhas mais desenvolvidas, como a dos Estados Unidos, Espanha, França, Alemanha, Chile e Argentina, o GRUMEC também vem realizando adestramentos em operações terrestres além-mar. Cabe destaque particular para o GERR/MEC, voltado, desde 1985, para ações anti-sequestro em ambiente marítimo, contribuindo para a proteção dos inúmeros terminais e plataformas petrolíferas e navios da chamada Amazônia Azul, área que compreende toda a plataforma marítima brasileira. O GRUMEC também contribui para a segurança dos Grupos de Visita e Inspeção (GVI) dos navios da Marinha, além de apoiar seu adestramento. Os GVIs são responsáveis por fiscalizar navios e embarcações que navegam nas águas jurisdicionais brasileiras. Os Mergulhadores de Combate também estão prontos, caso necessário, para serem empregados em ações voltadas à Garantia da Lei e da Ordem, preceito constitucional fundamental nos Estados democráticos contemporâneos.
Além disso, eventuais intercâmbios e cursos são realizados em unidades similares em outros países: Buzos Tácticos do Chile e da Argentina, Buceadores de Combate da Espanha, SEAL dos EUA, Nageurs de Combat da França. O GRUMEC também mantém estreitos laços com outras forças nacionais militares e policiais que conduzem operações especiais, como a Brigada de Operações Especiais do Exército, o Esquadrão Aeroterrestre de Salvamento da FAB (Para-SAR), o Batalhão de Operações Especiais de Fuzileiros Navais (Batalhão Tonelero), Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro e o Núcleo Especial de Polícia Marítima da Polícia Federal.
No Brasil, a atividade se iniciou na década de 60, quando dois oficiais e dois praças lograram êxito no curso de UnderwaterDemolitionTeams – UDT (hoje denominado Basic UnderwaterDemolition – Sea, Air and Land – BUD/SEAL), nos EUA. Como fruto da experiência desses pioneiros, foi criada em 1970 a Divisão de Mergulhadores de Combate na Base Almirante Castro e Silva. Dois anos depois, mais dois oficiais e três praças foram enviados à França, onde se qualificaram como Nageurs de Combat (1972). Mesclando as técnicas do curso francês, que privilegiava as operações de mergulho, com as técnicas do curso norte-americano, que dava grande ênfase às operações terrestres, e adaptando-as às necessidades de nossa Marinha, foi ministrado em 1974 o primeiro Curso Especial de Mergulhador de Combate no Brasil, pela então Escola de Submarinos, hoje CIAMA (Centro de Instrução e Adestramento Almirante Áttila Monteiro Aché).
A fim de atender adequadamente às crescentes solicitações da Esquadra e dos Distritos Navais, a Divisão de Mergulhadores de Combate da Base Almirante Castro e Silva foi transformada, em 1983, no Grupo de Mergulhadores de Combate, parte integrante do Comando da Força de Submarinos. Em 1996, as Orientações Ministeriais determinaram a criação do Curso de Aperfeiçoamento de Mergulhador de Combate para Oficiais. A primeira turma desse curso foi formada em dezembro do mesmo ano. No dia 12 de dezembro de 1997, pela Portaria nº 371, o Ministro da Marinha criou o Grupamento de Mergulhadores de Combate. A nova organização militar, ativada no dia 10 de março de 1998, tem semi-autonomia administrativa e é diretamente subordinada ao Comando da Força de Submarinos. Após lograr êxito em um dos mais rigorosos cursos das Forças Armadas, os Mergulhadores de Combate apresentam-se ao GRUMEC, onde iniciam uma segunda fase de sua formação. Incorporando-se a uma das equipes operativas, o Mergulhador de Combate passa a integrar a agenda de treinamento específica dessa equipe e participa ativamente de minuciosas fases de planejamento e preparação para cada missão.
FONTE:Revista Diálogo
FOTOS: MB
Defesa Aérea & Naval
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