Guerra Síria:Televisão pública alvo de ataque à bomba.Australianos marcham em apoio ao governo e ao povo sírio
A estação de televisão estatal síria foi alvo de um ataque à bomba. O rebentamento atingiu o terceiro andar da estção em Damasco. Pelo menos 3 pessoas ficaram feridas. No mesmo edifício funciona a sede da rádio estatal.
A estação de televisão privada Al-Ikhbariya, que tem ligações ao governo sírio, mostrou imagens do edifício da televisão pública e de funcionários a prestar assistência a outros colegas feridos.
Apesar do ataque, a emissão da televisão e da rádio não foram interrompidas.
Entretanto a televisão síria anunciou que o primeiro-ministro sírio, Riad Hijab, foi demitido do cargo. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos diz que o chefe do Governo terá fugiu do país. Hijab tinha assumido o cargo de primeiro-ministro a 26 de junho. Além do chefe de governo, a televisão garante o ministro das finanças sírio terá sido detido antes de saír do país. Centenas de australianos sairam neste domingo às ruas de Sidney (sudeste da Austrália) para mostrar sua solidaridade com o Governo do presidente sírio Bashar al-Assad e exortar às potencias estrangeiras a não intervir militarmente nesse país árabe.
Durante a marcha, organizada pelo grupo “Mãos fora da Síria”, os manifestantes levavam bandeiras sírias e cartazes onde se lia: “Graças à Rússia e China pelos vetos” e “Que todo o mundo escute: Síria é nossa nação, Bashar é nosso líder”.
“Estou aqui para mostrar meu apoio ao presidente e ao povo da Síria (…) Temos que expôr as mentiras criadas através dos meios de comunicação”, disse uma jovem que portava a bandeira da Síria.
Uma das organizadoras do evento Hanadi Assoud declarou que os manifestantes estão contra a intervenção dos EUA ou da Organização do Tratado Atlântico Norte (OTAN) nessa nação.
De acordo com a organizadora, as forças da oposição são as responsáveis de qualquer matança que surgiu nesse país.
Desde fins de julho e devido às divergências entre os Governos australiano e sírio, o país árabe fechou sua embaixada em Canberra, capital da Austrália.
Desde mediados de março, os grupos armados, respaldados desde o estrangeiro, minaram a segurança de diferentes partes do território sírio e possuem como meta derrubar o presidente Al-Assad e abrir o campo adequado para uma intervenção militar estrangeira nessa nação árabe.
Caminho Alternativo
Bombardeios em Aleppo acontecem antes de batalha decisiva
O exército sírio continuava bombardeando neste domingo o principal bastião rebelde de Aleppo e enfrentava os insurgentes em outras áreas, antes de lançar a batalha decisiva para retomar o controle desta cidade-chave do norte da Síria.
A chefe da diplomacia americana, Hillary Clinton, viajará sábado para a Turquia, que desempenha um papel importante na ajuda aos rebeldes, para falar do conflito com a Síria, anunciou o departamento de Estado.
Em Aleppo (355 km a norte de Damasco), a Força Aérea síria bombardeou neste domingo os bairros de Shar e Sajur (leste) e o de Salahedin (oeste), sitiado pelo exército, informou o opositor Observartório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Depois de enviar milhares de soldados de reforço, o exército lançou dia 28 de julho uma ofensiva contra Aleppo, onde os rebeldes tomaram posição oito dias antes, principalmente em Salahedin, uma área esvaziada pelos seus milhares de habitantes.
Contudo, segundo o jornal oficial Al Watan, a verdadeira batalha de Aleppo ainda não começou. “A missão atual (do exército) consiste em aplicar duros golpes aos terroristas, a estreitar o cerco e reforçar o controle de entradas da cidade para lhes impedir de fugir”, disse o jornal.
Em Damasco, três oficiais do Serviço de Informação Política desertaram e se refugiaram na Jordânia, informou este domingo à AFP Kassem Saad Eddine, porta-voz do Exército Sírio Livre (ESL), na Síria.
“O coronel Yareb al Shareh, seu irmão Kanaan Mohamad al Shareh e o coronel Yaser Hajj Ali, que trabalhavam no Serviço de Informação Política em Damasco, desertaram e se encontram na Jordânia”, afirmou. As deserções não foram confirmadas pelo regime sírio.
No dia anterior, um chefe de segurança afirmou que a verdadeira batalha de Aleppo ainda não tinha começado e que os bombardeios não eram mais que preparativos. Ele disse que pelo menos 20 mil soldados foram destacados como reforço dentro de Aleppo e em seus arredores e que outros continuam chegando.
Os rebeldes dizem controlar a metade da cidade e afirmam que, apesar dos bombardeios, os soldados não conseguem avançar nos bairros. Segundo jornalistas da AFP no local, a situação parece paralisada. Os combatentes do Exército Sírio Livre (ESL, formado por desertores e civis que pegaram em armas) e soldados se enfrentam violentamente em Salahedin, mas continuam esperando a grande ofensiva prometida pelo regime.
Para aliviar Aleppo, os rebeldes atacam quase toda noite do aeroporto militar de Managh, onde estão alguns helicópteros. Os aviões da aeronáutica, porém, vêm de Idleb, mais a oeste, ou de outras regiões e, por enquanto, nada parece detê-los.
Em comunicado, o Conselho Nacional Sírio (CNS), a principal coalizão da oposição, acusou o exército de bombardear as sedes de instituições públicas, que fazem parte do patrimônio arquitetônico de Aleppo.
O CNS reiterou também seu pedido a favor de 800 famílias no centro histórico de Homs (centro) que há mais de 60 dias estão “ameaçadas não só por um bombardeio selvagem, mas também pela fome, sede e falta de medicamentos”.
O conselho também pediu à comunidade internacional, muito dividida sobre a crise síria, “e os países vizinhos a atuar seriamente frente à ameaça que o regime representa para a existência da Síria, a paz e a estabilidade internacional”.
Iranianos sequestrados
Informações divergentes circulavam neste domingo sobre a identidade dos captores dos iranianos sequestrados no sábado na Síria, cujo rapto foi reivindicado pelo ESL e, ao mesmo tempo, atribuído por um opositor sírio a um grupo extremista sunita.
Os captores de 48 iranianos – supostos peregrinos – sequestrados no sábado, na Síria, são membros de um grupo extremista sunita, afirmou neste domingo um dirigente da oposição síria, pouco depois que o Exército Sírio Livre (ESL, rebeldes) reivindicou o sequestro em um vídeo.
“Jundala é um grupo islamita extremista que tem um discurso religioso baseado no ódio aos xiitas e aos alauitas”, afirma o dirigente, que não quis ser identificado. Os extremistas sunitas consideram os xiitas e alauitas – facção do xiismo ao qual pertence o presidente Bashar al Assad – como hereges. A maioria da população síria é sunita.
Mais cedo, a rede de televisão com capital saudita Al Arabiya divulgou imagens que mostram os reféns iranianos em mãos de rebeldes sírios, que afirmam deter alguns membros dos Guardiões da Revolução.
Nas imagens, o representante do ESL, um grupo armado rebelde, mostra o que diz ser um documento de identificação militar e uma permissão para portar armas de um dos iranianos, apresentado como um Guardião da Revolução. O Irã insiste que os sequestrados são peregrinos capturados quando se dirigiram de ônibus para o aeroporto e exige sua libertação.
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