Irã acusa reino saudita de incitar tensões no Oriente Médio
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Irã acusa reino saudita de incitar tensões no Oriente Médio


Imagen de muestraTeerã, 4 jan (Prensa Latina) Irã acusou hoje a Arábia Saudita de atiçar tensões no Oriente Médio e considerou apressada a decisão do reino árabe de cortar relações diplomáticas, em resposta ao ataque a sua embaixada e consulado neste país.

O porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Hossein Jaber Ansari, assinalou que Riad olha seus interesses e por sua existência ao impulsionar crise e confrontos, e tentar resolver seus problemas internos exportando-os.

Ao reagir ao anúncio feito nesta segunda-feira pelo chanceler saudita, Adel Al-Jubeir, de cortar os laços e dar 48 horas a todo o pessoal iraniano para abandonar o Estado árabe, Ansari assinalou em relação ao ocorrido com as missões diplomáticas: "não é a primeira vez que passam coisas assim no mundo".

De acordo com o porta-voz, ao cortar os vínculos bilaterais, o reino wahabita dá continuidade a "sua política de ampliar tensões e confrontos na região", e insistiu que o Irã sempre protegeu as missões diplomáticas e combateu as transgressões nesse sentido.

A decisão de Riad seguiu aos incidentes do fim de semana na embaixada saudita em Teerã e no consulado na cidade de Mashhad, cujos imóveis foram violentados e incendiados por pessoas indignadas devido à execução no sábado do xeque xiita Nimr Baqr Al-Nimr.

O governo iraniano reforçou a segurança das sedes diplomáticas e prendeu 44 pessoas implicadas nos atos vandálicos, enquanto o presidente Hassan Rouhani repudiou esses fatos "totalmente injustificáveis".

No entanto, Riad responsabiliza às autoridades de Teerã de incitar essas manifestações a raiz de comentários críticos que aqui vários funcionários políticos, autoridades religiosas e parlamentares qualificaram de assassinato a execução de Al-Nimr.

Ontem, o líder supremo da Revolução Islâmica, aiatolá Alí Khamenei, avaliou a execução do influente xeque xiita como um "erro político do governo saudita" que "obceca seus políticos" e "ato injustificado que terá vingança divina".

O sangue derramado injustamente deste mártir terá rápidas consequências, predisse o máximo guia político e religioso do país persa, enquanto o Conselho de Guardiães da Constituição elogiou a figura de Al-Nimr, de 56 anos, e que esteve mais de uma década estudando teologia aqui.

Esse órgão também descreveu a morte como "um crime atroz que provou a malícia e crueldade" dos governantes sauditas, enquanto o chanceler Mohammad Javad Zarif lamentou "outro passo alinhado com políticas divisórias" que "atenta contra os regulamentos internacionais de direitos humanos".

Por seu lado, o diretor-geral para Assuntos Políticos e de Segurança Internacional na chancelaria iraniana, Hameed Baeedinejad, assinalou hoje que romper laços com este país é justamente uma cadeia em uma série de decisões apressadas adotadas pelos novos líderes sauditas.

Mencionou como supostos reveses ou más políticas sauditas a agressão ao Iêmen, a explosão mortal de setembro passado na Meca, o fracasso das políticas de alento da guerra na Síria e Iraque, o suposto apoio a grupos extremistas e a reação regional contra a morte de Al-Nimr.

lma/Ucl/bj

Prensa Latina



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