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Irã ameaça destruir Israel em caso de ataque
O chefe de Estado-Maior adjunto das Forças Armadas iranianas, o general Masud Jazayeri, ameaçou nesta quarta-feira destruir Israel se o Estado hebreu atacar as instalações nucleares do Irã.
A declaração ocorre um dia depois da divulgação de um relatório da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) que adverte sobre o fato de o Irã estar aparentemente trabalhando no desenvolvimento de armas nucleares
"O centro (nuclear israelense) de Dimona é o local mais acessível para o qual podemos apontar e temos capacidades ainda mais importantes. Ante a maior ação de Israel, veremos sua destruição", advertiu o general Jazayeri, citado pela televisão iraniana em idioma árabe Al Alam.
O presidente israelense Shimon Peres advertiu no domingo que a possibilidade de um ataque militar contra o Irã é maior que a de uma ação diplomática.
"A possibilidade de um ataque militar contra o Irã parece mais próxima que a opção diplomática", afirmou o presidente em declarações ao jornal "Israel Hayom".
"Não acredito que já tenha sido tomada uma decisão a respeito, mas dá a impressão de que os iranianos vão se aproximando da bomba atômica", acrescentou. "Não temos que revelar nossas intenções ao inimigo", explicou.
A divulgação do documento da agência nuclear da ONU repercutiu em diversos países e organismos internacionais.
Nesta quarta-feira, a União Europeia afirmou que o conteúdo do relatório "agrava as preocupações existentes" sobre as intenções do programa nuclear do Irã.
O porta-voz da chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, disse que documento "confirma a contínua expansão das atividades de enriquecimento de urânio do Irã", em violação às resoluções da AIEA e do Conselho de Segurança da ONU.
Também nesta quarta, a França informou que pretende pedir a convocação do Conselho de Segurança e que poderá pressionar por sanções sem precedentes contra o Irã.
"Se o Irã se recusar a atender às demandas da comunidade internacional e recusar qualquer cooperação séria, nós estaremos firmes para adotar sanções em uma escala sem precedentes, com outros países que também estão dispostos a isso", disse o ministro de Relações Exteriores da França, Alain Juppé.
Diante da possibilidade de imposição de novas sanções contra o regime de Teerã, a China pediu diálogo e cooperação. "A China sempre acredita que o problema nuclear iraniano pode ser solucionado mediante o diálogo e a cooperação", afirmou o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, Hong Lei.
RESPOSTA DO IRÃ O presidente iraniano, Marmoud Ahmadinejad, afirmou nesta quarta-feira que seu país "não retrocederá nem um pingo" em seu programa nuclear e qualificou como "absurdas" as acusações contidas no relatório da AIEA.
Ahmadinejad acusou a AIEA de "perder seu prestígio" ao aceitar as pressões dos Estados Unidos e outros países ocidentais na redação do relatório sobre seu programa nuclear, segundo informou o site da rede de televisão oficial iraniana.
O presidente voltou a negar que o Irã esteja tentando construir armas nucleares e disse, em referência aos Estados Unidos: "Nós somos inteligentes e não vamos construir duas bombas para enfrentar as 20 mil que os senhores têm".
Ahmadinejad confirmou que o país continuará com seu programa nuclear, que as autoridades de Teerã insistem que tem exclusivamente fins pacíficos civis, e acrescentou que seu governo pretende construir um Irã "mais próspero e mais avançado para entregá-lo à próxima geração".
O embaixador iraniano ante a agência da ONU também declarou nesta quarta-feira que o Irã jamais abandonará seu programa nuclear, mas continuará cooperando com a agência nuclear da ONU.
"O Irã jamais abandonará seus direitos legítimos em termos nucleares, mas, como país responsável, continuará respeitando suas obrigações dentro do Tratado de Não Proliferação Nuclear", que prevê a supervisão de suas atividades pela AIEA, declarou Ali Asghar Soltaniyeh, citado pela agência oficial iraniana Irna.
Mesmo antes da divulgação do relatório, o chefe da diplomacia iraniana, Ali Akbar Salehi, havia negado todas as acusações, afirmando que os ocidentais continuam sem "nenhuma prova séria".
"O Ocidente e os Estados Unidos exercem uma pressão sobre o Irã sem argumentos sérios nem provas", disse Salehi. "Sempre repetimos que não queremos fabricar armas nucleares. Nossa posição sempre foi de utilizar o programa nuclear para fins pacíficos".
A AIEA revelou na terça-feira que há indício claro de que o Irã pode estar desenvolvendo armas nucleares, afirmando que tem "sérias preocupações a respeito das dimensões militares do programa nuclear iraniano".
Citando informações "confiáveis" de inteligência estrangeira e investigações próprias, a entidade indicou que o Irã "praticou atividades relevantes para o desenvolvimento de um dispositivo nuclear explosivo".
Folha
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