Os extremistas "cometeram um massacre contra os habitantes", declarou uma autoridade iraquiana, Hoyshar Zebari, afirmando que cerca de 80 pessoas foram mortas na sexta-feira no vilarejo de Kocho, na provícia de Ninive. Segundo ele, testemunhas contaram que os jihadistas atacaram os habitantes, em sua maioria integrantes da comunidade Yazidi que ainda não tinham fugido diante do avanço dos extremistas.
Harim Kamal Agha, um dirigente da União Patriótica do Curdistão da província curda de Dohuk, vizinha de Ninive, confirmou o balanço de mortos, acrescentando que os atacantes haviam levado as mulheres a centros de detenção.
Um combatente yazidi, Mohsen Tawwal, afirmou ter visto um grande número de cadáveres no vilarejo. "Conseguimos entrar em uma parte de Kocho, onde os habitantes estavam encurralados, mas chegamos tarde demais", disse ele. "Havia cadáveres por todos os lados. Conseguimos levar somente duas pessoas vivas, todas as outras foram mortas".
Ofensiva fulgurante
Os jihadistas realizam desde o dia 9 de junho uma ofensiva fulgurante no Iraque, conquistando grandes porções do território diante de uma resistência quase inexistente por parte das forças de segurança. Eles avançaram no início de agosto em direção à região autônoma do Curdistão, no norte do país, obrigando dezenas de milhares de cristãos e Yazidis a fugirem de suas cidades. As forças curdas enfrentam dificuldades para frear o avanço dos extremistas, o que provocou a mobilização da comunidade internacional.
Desde 8 de agosto os Estados Unidos realizam ataques aéreos contra as posições do Estado Islâmico. Ajuda humanitárias também está sendo lançada de aviões para os numerosos fugitivos Yazidis da cidade de Sinjar, encurralados nas montanhas sem comida nem água.
Reação internacional
Na sexta-feira, o Conselho de Segurança da ONU adotou por unanimidade a medida mais concreta e mais ampla diante do avanço dos jihadistas no Iraque e na Síria. O texto é colocado no âmbito do capítulo VII da Carta das Nações Unidas, o que permite recorrer a sanções, e até mesmo à força, para fazer com que seja aplicado, mas atualmente não autoriza uma operação militar.
A resolução exige o desarmamento e a dissolução imediatos do Estado Islâmico e da Frente al-Nosra, braço sírio da Al-Qaeda, e dos outros grupos ligados à rede terrorista internacional.
Paralelamente, os ministros das Relações Exteriores da União Europeia aprovaram na sexta-feira o envio de armas aos combatentes curdos que lutam contra os jihadistas. Os chanceleres também concordaram em tentar envolver todos os países da região, da Arábia Saudita ao Irã, no combate contra o Estado Islâmico.
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