Mais de 40 são mortos em ataque aéreo na Síria, incluindo 23 crianças
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Mais de 40 são mortos em ataque aéreo na Síria, incluindo 23 crianças


A escalada da violência ocorre na véspera da chegada em Damasco do emissário da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, que aposta em um acordo de cessar-fogo

Aviões de combate do regime bombardearam intensamente nesta quinta-feira (18) uma cidade estratégica do norte da Síria controlada por rebeldes, matando 44 pessoas, entre elas 23 crianças, no último episódio sangrento da guerra que dura mais de um ano e meio.

Na capital, um terrorista suicida em uma motocicleta detonou os explosivos que carregava perto do Ministério do Interior, sem deixar vítimas, informou uma fonte de segurança em Damasco, onde os atentados contra a Segurança se multiplicaram.

A escalada da violência ocorre na véspera da chegada em Damasco do emissário da ONU e da Liga Árabe, Lakhdar Brahimi, que aposta em um acordo de cessar-fogo durante a festa muçulmana de Eid al-Adha, após a recepção favorável do poder e da oposição desta possibilidade.

A uma semana desta festa muçulmana, que acontece do dia 26 ao 28 de outubro, as forças do regime intensificaram os ataques contra redutos rebeldes no norte para impedir que eles avancem. Nesta quinta-feira, 181 pessoas morreram em meio à violência em todo o país, entre elas 23 crianças, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Já os rebeldes lançaram "um ataque final" contra a base militar de Wadi Deif, a 2 km da cidade estratégica de Maaret al-Nooman, que foi tomada em 9 de outubro, permitindo que os insurgentes cortassem a principal estrada utilizada pelo Exército para enviar reforços.

Desde o amanhecer, muitas aeronaves de combate sobrevoaram Maaret al-Nooman e as áreas próximas, em grande parte abandonada por seus 125.000 habitantes. As bombas da força aérea destruíram dois edifícios residenciais e uma mesquita, onde muitas mulheres e crianças se refugiavam. Os socorristas informaram a retirada de 44 corpos dos escombros.

Crianças mortas

"Retiramos no total 44 mortos dos escombros, entre eles muitas crianças", afirmou um deles. Em um hospital de campanha improvisado, um jornalista da AFP viu 12 corpos enrolados em lençóis brancos, e sacos plásticos com a indicação "partes de corpos".

Duas crianças que brincavam na rua, uma delas com uma bicicleta, estão entre as vítimas. Uma foi decapitada e a outra desmembrada. Os rebeldes tentaram derrubar as aeronaves com metralhadoras pesadas, sem êxito. Na quarta-feira, um helicóptero que sobrevoava a cidade foi derrubado.

Na periferia leste de Maaret al-Nooman, os rebeldes anunciaram um ataque final contra a base de Wadi Deif, cercada por eles há vários dias.

Cerca de 250 soldados estão entrincheirados nesta base que abriga uma importante quantidade de material militar e munições, além de controlar um caminhão que abastece Aleppo com combustível, segundo os insurgentes.

Seis soldados da base foram mortos, indicou o OSDH, que registrou a presença de "ao menos 2.500 insurgentes" envolvidos na batalha.

Em todo o país a violência continua sem cessar. Na região central de Homs e a metrópole do norte Aleppo, palco de intensos combates há três meses, o Exército atacou vários bairros, indicou o OSDH. É neste contexto que Brahimi chegará no início a tarde de sexta-feira em Damasco para a sua segunda visita desde que assumiu o cargo, segundo o porta-voz da ONU Khaled al-Masri.

Brahimi em Damasco

Ele se reunirá no sábado com o ministro das Relações Exteriores, Walid Mouallem, de acordo com o porta-voz da chancelaria, Jihad Maqdisi. "Esperamos saber o que Brahimi tem a dizer", respondeu Maqdisi quando questionado sobre a possibilidade de uma trégua na Síria, onde o conflito causou a morte de 34.000 pessoas desde o início de março de 2011.

Brahimi não se reunirá com o presidente Assad, segundo o porta-voz. Durante uma visita a Amã, como parte de uma viagem regional, o emissário considerou que o cessar-fogo proposto por ele pode servir de base para o lançamento de um "processo político".

A oposição disse estar pronta para aceitar uma trégua, desde que o regime implemente o cessar-fogo primeiro. No entanto, analistas duvidam da eficácia desta trégua, devido à complexidade do conflito e das divergências internacionais sobre uma solução.

"Uma trégua temporária é possível, mas ela não teria importância estratégica nem caráter permanente", declarou Paul Salem, diretor do Centro Carnegie para o Oriente Médio. Além disso, o chefe do OSDH ressaltou que "no terreno, há forças pró e anti regime que não atendem a nenhuma autoridade".

A alta comissária da ONU para os direitos Humanos, Navi Pillay, pediu que o Conselho de Segurança da ONU "fale a uma só voz", citando uma "situação simplesmente desesperada".

Apesar da violência, os militantes convocaram protestos contra o regime para a sexta feira, como ocorre desde o início da onda de contestação em 2011, desta vez com o lema "Estados Unidos, o seu silêncio tem contribuído para a morte de milhares de vítimas".

Gazeta do Povo



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