De tudo
Noite de 2 de fevereiro de 2016: o navio-doca “Rolldock Star” chega à baía de Cam Ranh, trazendo a bordo o submarino “Da Nang”; a desova do barco só aconteceu na manhã da sexta-feira, dia 5
Por Roberto Lopes
De acordo com analistas ocidentais (americanos e europeus), o ressurgimento militar da República Socialista do Vietnã tem um sentido todo especial para a Marinha da Rússia.
Apesar de Moscou vir reforçando a sua Frota do Pacífico, sediada na Base Naval de Vladivostok, a nova força de submarinos da Brigada 189 da Marinha Popular do Vietnã, subordinada ao 4º Comando Regional Naval e aquartelada na baía de Cam Ranh, Província de Khanh Hoa – bem no centro do longilíneo litoral vietnamita –, pode ser considerada como um importante braço do poderio militar russo no Extremo Oriente.
A sequência mostra a importância da frota vietnamita aquartelada na Baía de Cam Ranh
E isso está ficando claro agora, que os almirantes vietnamitas têm, quase pronta na Brigada, a sua flotilha de seis submarinos de ataque diesel-elétricos da classe Kilo (no jargão da Organização do Tratado do Atlântico Norte) – modelo do Projeto 636.1 Varshavyanka considerado bastante silencioso, e cujos préstimos como arma ofensiva só são superados, na Rússia, pelos barcos de propulsão nuclear.
O lote foi contratado pelo governo de Hanói durante uma visita oficial do Primeiro-Ministro Nguyen Tan Dung a Moscou em 2009, ao custo de 2 bilhões de dólares – um valor consideravelmente baixo (menos de 350 milhões de dólares cada navio) em comparação ao montante pedido pela indústria naval francesa DCNS por um dos seus barcos classe Scorpène (cerca de 550 milhões de dólares).
Jornada – A quinta unidade contratada – HQ-186 Da Nang – chegou a Cam Ranh na noite da última terça-feira (02.02), procedente da cidade portuária russa de São Petersburgo, via Dinamarca, a bordo do navio-doca holandês Rolldock Star.
O submarino mede cerca de 74 m de comprimento, 9,9 m de boca máxima e pesa, submerso, entre 3.000 e 3.950 toneladas. Carregando uma tripulação de 52 militares – bem mais numerosa que a de um Scorpène francês – o Kilo vietnamita pode permanecer em operação, ininterruptamente, por até 45 dias.
Ele desce a profundidades de até 300 m, e, debaixo d’água, se move a uma velocidade máxima de 20 nós – isto é, como um peixe de aço escuro de considerável agilidade
O Da Nang deixou o Norte da Rússia no dia 16 de dezembro, sendo levado, inicialmente ao terminal do Porto de Skagen, na Dinamarca Setentrional, onde chegou no dia 19 daquele mês. No dia do Natal de 2015 ele reiniciou sua travessia para o Vietnã, que, no total, durou exatos 48 dias.
Desova – A quarta e a quinta-feiras dessa primeira semana de fevereiro foram dedicadas aos preparativos para a desova do mais novo submersível vietnamita.
Finalmente, às 10h15 da sexta-feira (05.02) o Rolldock Star abriu sua comporta de ré, e se deixou inundar pelas águas frias da Baía de Cam Ranh.
Então, lentamente, o Da Nang começou a se mexer, até ser puxado, por rebocadores, para fora do berço onde estivera desde o Natal…
Um bandeira vermelha com estrela amarela tremulava no alto de sua vela. No porto, uma sirena de som longo e estridente comemorava a chegada do navio.
A coluna INSIDER traz para os seus leitores uma galeria de fotos (tomadas à distância) da manobra de flutuação do submarino:
Lembranças – O sexto e último barco dessa classe comprado pelos vietnamitas – HQ-187 Ba Ria-Vung – se encontra fazendo provas de mar ao largo de São Petersburgo, e deve chegar a Cam Ranh no meio do ano.
Nos últimos dois anos a Rússia entregou ao Vietnã quatro Kilos: o HQ-182 Hanoi, o HQ-183 Cidade de Ho Chi Minh, o HQ-184 Hai Phong e o HQ-185 Khanh Hoa – como Da Nang, todos nomes que evocam a resistência dos vietnamitas aos americanos durante a guerra do Vietnã.
Plano Brasil
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