O Ministério Público Federal do Distrito Federal ofereceu nesta quinta-feira denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-senador Delcídio do Amaral e o ex-presidente do BTG Pactual André Esteves, além de outras quatro pessoas, por tentativa de obstrução de Justiça, em episódio envolvendo o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró.
Segundo o MPF do Distrito Federal, o caso já havia sido denunciado pela Procuradoria-Geral da República mas, com a perda de prerrogativa de foro de Delcídio, por conta da cassação de seu mandato, o caso saiu da alçada da PGR e do Supremo Tribunal Federal (STF) e foi encaminhado à Justiça Federal do Distrito Federal.
Consultado pela Justiça, o MPF do Distrito Federal reiterou os termos da denúncia contra os sete denunciados, entre eles o pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula.
Delcídio foi preso em novembro do ano passado, após o filho de Cerveró ter entregue às autoridades a gravação de uma conversa em que o agora ex-senador oferece dinheiro, influência política junto ao Supremo e até uma rota de fuga para que o ex-diretor da Petrobras não fizesse delação premiada no âmbito da operação Lava Jato, o que acabou acontecendo.
André Esteves, à época presidente do banco BTG Pactual, foi citado por Delcídio na conversa como um dos interessados em que Cerveró não fizesse delação. Ele chegou a ser preso na época, mas foi posteriormente solto.
Delcídio, por sua vez, também foi solto e firmou acordo de delação premiada com a Justiça. Ele acusou Lula de estar envolvido na trama para comprar o silêncio de Cerveró.
O ex-presidente negou na ocasião ter cometido quaisquer irregularidades e o Instituto Lula disse, quando da divulgação do acordo de delação de Delcídio homologado pelo STF, que "não comenta falatórios".
FONTE: http://br.reuters.com/