Na ONU, Obama faz ameaças ao Irã e pede fim de protestos violentos
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Na ONU, Obama faz ameaças ao Irã e pede fim de protestos violentos


O presidente norte-americano gesticula durante discurso em Nova York, na sede das Nações Unidas

Presidente dos EUA diz que "fará o que deve ser feito" para impedir país persa de obter armas nucleares

Segundo chefe de Estado a discursar na 67ª Assembleia-Geral da ONU, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez duros pronunciamentos nesta terça-feira (25/09) contra os governos da Síria e do Irã, dois países que comandam a oposição política aos interesses norte-americanos no Oriente Médio.

Ao mesmo tempo em que disse que “fará o que deve ser feito” para impedir o país persa de obter armas nucleares, insinuando uma intervenção militar, Obama também afirmou que “não há discurso que justifique a violência, em referência aos recentes protestos anti-americanos nos países muçulmanos contra o filme “A inocência dos Muçulmanos”, ofensivo ao Islã.

Programa nuclear

Obama disse que o Irã tem desperdiçado todas as chances de mostrar que seu programa nuclear é pacífico. E que, embora afirme que os EUA não querem impedir nenhum país de desenvolver programas de energia nuclear, fará “o que deve ser feito” para evitar que o Irã comece a produzir armas atômicas. Ainda reiterou que o tempo para alcançar uma solução diplomática “não é ilimitado”.

“O Irã não conseguiu aproveitar a oportunidade de demonstrar que seu programa nuclear é pacífico para cumprir com suas obrigações com Nações Unidas (...) Os Estados Unidos querem resolver este assunto através da diplomacia e, ainda há tempo e espaço para isso. Porém, esse tempo não é ilimitado”.

Uma arma nuclear nas mãos do Irã “ameaçaria a existência de Israel, a segurança das nações do Golfo e a estabilidade da economia global”, disse o presidente norte-americano, citando seu principal país aliado. “Essa situação pode desencadear uma corrida armamentista nuclear na região e desmoronar o tratado de não-proliferação”, afirmou.

Em uma entrevista ao tradicional programa 60 Minutos, na emissora CBS, no último domingo (23), Obama declarou que se sente na "obrigação" de manter "estreitas consultas com os israelenses", os aliados "mais próximos" dos EUA na região, e lembrou que o regime iraniano "ameaça diretamente a existência de Israel".

Ontem, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, afirmou que os membros ocidentais do Conselho de Segurança da ONU promovem sanções contra seu país devido ao programa nuclear enquanto ignoram as "cabeças atômicas de um regime impostor", em uma referência a Israel.

Síria

Obama transpôs a moderação por ele advogada para a guerra civil na Síria afirmando que "o regime de Bashar al Assad precisa acabar". Para ele, "é hora de deixar a violência e as divisões políticas para trás".


No discurso, ele foi muito mais crítico ao regime de Damasco do que a presidente Dilma Rousseff, que falou minutos antes. "O futuro não deve pertencer a um ditador que massacra sua população", afirmou. Ele também criticou a postura do Irã, acusando-o de auxiliar "o ditador em Damasco".

Protestos

Obama abriu sua fala homenageando o embaixador norte-americano, Chris Stevens, morto na Líbia há duas semanas. Segundo Obama, o diplomata representava "o melhor dos Estados Unidos" e investiu sua vida nos “ideais defendidos pelas Nações Unidas”.

Em relação à reação popular nos países muçulmanos em relação ao polêmico filme anti-islâmico, produzido nos EUA, ele afirmou que seu país defende os princípios da “liberdade de expressão e tolerância”, além de ser contra “todas as formas de violência”.

"A maior arma contra o discurso do ódio não é a violência, é mais discurso. Não há discurso que justifique violência. Não há palavras que justifiquem a morte de inocentes", afirmou Obama. "As pessoas irão me dizer coisas horríveis todos os dias, e vou sempre defender seu direito de fazê-lo. (...) É dever de todos os governantes falar contra o extremismo”.

Ele também disse que apedrejar restaurantes ou queimarem embaixadas não fará com que os países se desenvolvam economicamente, afirmando que os protestos pacíficos durante a Primavera Àrabe na Tunísia e no Egito (2011) conseguiram mais progressos do que protestos violentos.

Opera Mundi



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