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'Não tenho dor nem pena de votar pelo impeachment de Dilma', diz Marta Suplicy
Ex-ministra nos governos Lula e Dilma Rousseff, a senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) tem sido considerada por alguns parlamentares uma visionária. Filiada ao PT por 33 anos, a senadora insistiu ao ex-presidente Lula para que disputasse as eleições em 2014 com o argumento de que a presidente não conseguiria mais governar o País.
Marta foi uma das principais patrocinadoras do movimento “Volta, Lula”, em 2014. Em breve entrevista ao HuffPost Brasil, a senadora contou um pouco sobre como foi a última conversa que teve com o ex-presidente e insistiu na tese de que era possível prever que a presidente “tornaria o Brasil uma Argentina”.
Pré-candidata à Prefeitura de São Paulo pelo PMDB, Marta fez uma carta de demissão do comando do Ministério da Cultura na qual criticava principalmente a condição econômica do País, a credibilidade e confiança na presidente:
"Todos nós, brasileiros, desejamos, neste momento, que a senhora seja iluminada ao escolher sua nova equipe de trabalho, a começar por uma equipe econômica independente, experiente e comprovada, que resgate a confiança e credibilidade ao seu governo e que, acima de tudo, esteja comprometida com uma nova agenda de estabilidade e crescimento para o nosso país. Isto é o que hoje o Brasil, ansiosamente, aguarda e espera.” Ela já anunciou que será favorável ao impeachment na votação da próxima quarta-feira (11) no Senado. Caso o afastamento de Dilma seja aprovado, assume o vice Michel Temer, do mesmo partido de Marta.
Perguntada se iria doer votar pelo impeachment de Dilma, de quem Marta foi ministra e colega a senadora foi taxativa:
"Dói nada porque nós não temos mais condições nenhuma de ela ficar. E essa constatação, essa percepção me fazem não ter nenhuma pena, nenhuma dor. Pena dela como pessoa, eu tenho porque ninguém faz o que ela fez de propósito. Apesar que as pedaladas fiscais ela fez." Os colegas petistas no Senado guardam mágoa da ex-petista. Como contraponto, dizem que ela abandonou o partido não por discordar da política econômica do governo, mas por questões eleitorais.
Na época em que a ex-ministra se desfiliou, o partido já tinha sinalizado que o candidato em São Paulo seria o prefeito Fernando Haddad. Assim, os ex-correligionários dizem que, sem espaço no PT, ela precisou procurar outro guarda-chuva para sua candidatura.
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