No tapetão: Após afastamento de Cunha, governo quer suspender impeachment
De tudo

No tapetão: Após afastamento de Cunha, governo quer suspender impeachment


Segundo o advogado geral da União, José Eduardo Cardozo, Cunha usou o impeachment como "desvio de poder" em benefício próprio


O advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, confirmou que a defesa da presidente Dilma Rousseff vai ao Supremo Tribunal Federal (STF) pedir a anulação do processo de impeachment com base no desvio de finalidade das ações do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Nesta quinta-feira, 5, o ministro do STF Teori Zavascki concedeu liminar afastando Cunha de seu mandato de deputado federal e, consequentemente, da presidência da Casa.

"Já estamos pedindo a anulação do processo, vamos pedir novamente. A decisão do STF é uma prova muito importante no sentido de que ele usava o cargo para finalidades estranhas ao interesse público, como aconteceu no caso do impeachment", argumentou Cardozo.

Segundo o ministro, Cunha usou o impeachment como "desvio de poder" em benefício próprio. "Cunha ameaçou a presidente da República de que abriria o processo do impeachment se o PT não desse os votos para salvá-lo no Conselho de Ética. O que o Supremo decide hoje é exatamente a demonstração do seu modus operandi", afirmou.

O desvio de finalidade de Cunha e a consequente anulação do processo já haviam sido usados por Cardozo na peça de defesa da presidente apresentada à comissão do impeachment. Em seu parecer, apresentado nesta quarta-feira, 4, o relator Antonio Anastasia (PSDB-MG) refutou a tese de que Cunha tenha cometido qualquer desvio de finalidade. Ao chegar à comissão nesta manhã, Anastasia se recusou a falar sobre a questão.

Novos recursos
A defesa da presidente Dilma Rousseff informou que vai entrar com novos recursos para obter parecer de contas e documentos a que se referiram parlamentares durante as discussões da comissão especial da impeachment. "Não recebemos esses documentos, que foram negados pela comissão", disse o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo.

O ministro elogiou o relator do processo, senador Antonio Anastasia (PSDB-MG), por não ter tratado, em seu parecer, fatos "estranhos" aos decretos de abertura de crédito e às chamadas pedaladas fiscais, base do pedido de impeachment. "Ele fez contextualizações, mas não ofendeu o direito de defesa pois não incluiu outros objetos de análise. Por isso, cumprimento o relator pela sua luz acadêmica, mas não pelo conteúdo do relatório", avisou.

Cardozo voltou a frisar que paira "suspeição" sobre o relatório de Anastasia. "É natural que quem tenha paixões partidárias turve sua compreensão sobre certas circunstâncias", afirmou, sobre o fato de o relator ser do PSDB, principal opositor do governo Dilma.

Ele defendeu, ainda, que não existe ato para configuração de crime de responsabilidade pela presidente. "Querer condenar alguém sem dizer o ato a ela imputável é algo que viola os princípios básicos do Direito."

Demora
A decisão do ministro Teori atende a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) que se baseou na alegação de que Cunha usou o cargo para interferir nas investigações da Operação Lava Jato, da qual é alvo.

O pedido da PGR foi feito em dezembro, mesmo mês em que Cunha aceitou o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Governistas questionaram a demora do STF em dar encaminhamento à decisão. Os cinco meses gastos pelo ministro Teori foram os mesmos em que Cunha deu prosseguimento ao processo de impeachment de Dilma na Câmara. Hoje o caso tramita no Senado Federal. A presidente pode ser afastada já na próxima quarta-feira, 11.

Apesar do intervalo de quase seis meses, Cardozo preferiu não criticar a atuação do STF. "O Judiciário decide no tempo em que acha que deve decidir, o importante é decidir. E, hoje, ficou evidenciado por uma decisão judicial aquilo que já falávamos há muito tempo", disse.




loading...

- Dilma Fingiu Que Não Sabia De Anulação De Impeachment Por Maranhão
Foi avisada no domingo. Portador do recado foi o advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo, que havia se reunido pouco antes com Maranhão e o governador Flávio Dino (PCdoB-MA) A presidente Dilma Rousseff recebeu na noite de domingo (8) a informação...

- Mesmo Mimimi Ainda... Palácio Do Planalto Estuda Mandado De Segurança Contra O Impeachment
Palácio do Planalto deve usar como principal argumento desvio de finalidade cometido por Cunha, que teria aceitado o pedido por "vingança" Segundo informações do jornal 'O Globo', a presidente Dilma Rousseff estuda entrar com um processo,...

- Por Pouco Tempo, Lula Comemora Sobrevida: 'ganhamos Tempo Para Nos Reorganizar'
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou nesta segunda-feira (9) a decisão do presidente interino da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP-MA), de anular a tramitação do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Casa. "Ganhamos...

- Negando Renúncia Cunha Diz Que Seu Ligado é O "brasil Se Livrar Do Pt"
O deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB) afirmou que está sendo perseguido e sofrendo retaliação por ter aberto o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, ao comentar a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de aprovar o seu afastamento...

- Dilma Se Reúne Com Renan Antes De Fazer Pronunciamento No Planalto
Presidente falará à imprensa sobre decisão da Câmara do impeachment. Processo de afastamento foi entregue nesta segunda (18) ao Senado. A presidente Dilma Rousseff se reuniu na tarde desta segunda-feira (18) com o presidente do Congresso Nacional,...



De tudo








.