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Obama não reconhece coalizão síria como governo no exílio

Presidente ressaltou que os EUA não estão dispostos a reconhecer a Coalizão Nacional Síria das Forças de Oposição e da Revolução como um governo no exílio

Obama deu as boas-vindas à nova aliança opositora

Washington – O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reiterou nesta quarta-feira seu apoio à oposição na Síria, mas disse não reconhecer sua nova coalizão como um governo no exílio.

Durante sua primeira entrevista coletiva desde que ganhou a reeleição, Obama elogiou a união dos opositores na Coalizão Nacional Síria das Forças de Oposição e da Revolução (CNFROS), criada no sábado em Doha (Catar), mas ressaltou que os EUA não estão dispostos a reconhecê-la como um governo no exílio.

O presidente respondeu assim a uma pergunta sobre se está disposto a dar o mesmo passo que a França, que reconheceu o CNFROS, dominado pelo Conselho Nacional Sírio (CNS), como o único representante legítimo da oposição síria.

Obama deu as boas-vindas à nova aliança opositora, mas advertiu que ''devemos ter o cuidado de não pôr armas indiretamente nas mãos'' de elementos que possam atacar os EUA.

O presidente ressaltou que os EUA estão ''muito comprometidos'' junto com a comunidade internacional para ajudar à oposição contra o regime de Bashar al Assad dentro e fora da Síria, com milhões de dólares em ajuda humanitária.

Além disso, lembrou que está em ''constante comunicação'' com as autoridades da Turquia e Jordânia, países vizinhos, assim como Israel, perante a preocupação que poderia representar o movimento do arsenal de armas químicas, o que poderia ter um impacto ''não só na Síria, mas em toda região''.

Obama disse ainda que os EUA continuarão comprometidos para assegurar que a oposição está comprometida com uma Síria ''democrática, inclusiva e moderada''.

Governo sírio diz que França apoia “assassinos”

O vice-ministro das Relações Exteriores da Síria, Faissal Muqdad, disse nesta quarta-feira que o encontro da oposição síria no Catar e a posterior unificação dos opositores na Coalizão Nacional da Síria (CNS), equivale a uma "declaração de guerra" contra o país. "O encontro em Doha foi uma declaração de guerra.

Essas pessoas (os opositores) não querem resolver o problema de uma maneira pacífica, através das Nações Unidas", disse Muqdad em Damasco. Muqdad disse que o reconhecimento feito pela França dos insurgentes como "legítimos representantes" do povo sírio é algo "imoral".

"Me deixe explicar: isso foi uma postura imoral, porque justifica a matança dos sírios", disse Muqdad.

"A França está apoiando assassinos, terroristas e encoraja a destruição da Síria", afirmou.

Damasco condena apoio da França a opositores sírios

Chefe da Coalizão Nacional Síria (CNS), Mouaz Alkhatib

Ao reconhecer, nesta terça-feira, a oposição síria, a França adotou uma postura "imoral", nas palavras do vice-ministro sírio das Relações Exteriores, Fayçal Mekdad. Ele também classificou de "inaceitável" o eventual envio de armamentos aos rebeldes por Paris. "Permita-me utilizar esta palavra", ele pediu. "é uma posição imoral porque autoriza o assassinato de sírios. Eles apoiam a carnificina, os terroristas e encorajam a destruição da Síria". Desde que eclodiu a revolta no país, em março de 2011, as autoridades sírias associam opositores a terroristas que recebem apoio internacional para semear o caos no país.


Nesta terça-feira, o presidente François Hollande anunciou que Paris reconhece a nova coalizão da oposição síria, formada domingo, como "representante única do povo sírio" e "futuro governo provisório da Síria democrática, que permitirá acabar com o regime de Bashar al-Assad". Hollande também abriu o diálogo para o envio de armas para os rebeldes, possibilidade até então descartada pelo ocidente. Este "enorme erro", aos olhos de Mekdad, "contradiz a história francesa nas Relações Internacionais" e foi motivado pelo passado colonialista da França.

"A França precisa deixar o Oriente Médio em paz e não entrar neste jogo. Esta ingerência flagrante da França nos assuntos internos sírios viola a carta das Nações Unidas", apontou o vice-ministro, antes de acusar Paris de fornecer apoio técnico e financeiro à oposição. "O apoio ao terrorismo viola o direito internacional", acrescentou. "A França é responsável pela morte de milhares de sírios".

Mekdad também atacou diretamente a oposição. De acordo com ele, o documento de Doha, que estabeleceu a nova coalizão, é uma declaração de guerra: "Eles (opositores) não querem resolver a crise de forma pacífica". O regime de al-Assad, na opinião dele, está disposto a participar de um diálogo nacional com todos aqueles que querem resolver a crise sem violência. Mas os fatos mostram o contrário: desde o início do conflito armado, mais de 36 mil sírios morreram, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos.

Mesmo tendo bombardeado boa parte de seu próprio território, o regime de Bashar al-Assad se diz pronto para a diplomacia. Mas com a direção da oposição na Síria e "não esta que é fabricada e dirigida pelo exterior", como diz Fayçal Mekdad. O Irã, grande aliado de Damasco, anunciou que sediará, no próximo domingo, um "diálogo nacional" entre representantes do governo e líderes de "tribos, partidos políticos, minorias e oposição", mas não especificou quem são os negociadores.

Naval Brasil



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