O triste fim dos que votaram contra o impeachment do Collor
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O triste fim dos que votaram contra o impeachment do Collor


Nove deputados que defenderam Collor sequer disputaram o pleito, 14 foram derrotados e dois ousaram e fracassaram em voos maiores.

O efeito avalanche que tomou conta do Congresso na votação do impeachment de Fernando Collor de Mello foi avassalador: se na véspera da votação a Folha informava que a oposição só contava com 300 votos, na hora da verdade 441 parlamentares votaram pela saída. Mas o quê aconteceu com os 38 corajosos que colocaram suas faces na rede Globo, ao vivo e contrariam a esmagadora maioria do povo brasileiro? Em um esforço de pesquisa, remontamos as carreiras daquelas poucas almas que foram até o fim com o primeiro presidente democraticamente eleito após 20 anos de ditadura. O saldo deixa claro: contrariar a vontade popular custa muito caro.

Dos 38 parlamentares, apenas em dois casos não conseguimos encontrar qualquer informação. O motivo é que seus nomes são relativamente simples, contam com homônimos e possivelmente não desempenharam mais qualquer função pública. São os seguintes: José Carlos Vasconcellos, então no PRN do Pernambuco e Osvaldo Mello, então no PDS do Pará.

Enquanto apenas 11 conseguiram a reeleição, 14 acabaram sem se reeleger. Nove deputados que defenderam Collor sequer disputaram o pleito. E dois ousaram e fracassaram em voos maiores.

Um deles foi Maurício Calixto, que disputou o senado por Rondônia, candidatando-se pelo PFL. Terminou na 9ª colocação. O outro é hoje uma estrela da política nacional, o senador Ronaldo Caiado. Caiado terminou em terceiro lugar a disputa pelo governo de Goiás, com pouco mais de 23% dos votos.

Nove dos corajosos e fiéis aliados de Collor sequer disputaram o pleito de 1994, alguns alegando problemas de saúde, outros simplesmente deixando a carreira política. Três casos são emblemáticos.

Collor havia eleito seu primo, Euclydes de Mello, deputado federal por São Paulo. Euclydes tentou retomar a carreira apenas em 2012, disputando a prefeitura de Marechal Deodoro, em Alagoas. Acabou na terceira colocação.

Paulo Octavio, empresário rico, muito bem relacionado em Brasília e aparentado por casamento com a família Kubitschek, sequer disputou qualquer cargo público nas eleições de 1994.

Já Vitorio Malta, de uma das mais tradicionais famílias de usineiros de Alagoas, cunhado da então Primeira-Dama Roseane Collor, abandonou a política em 1994 e só retomou a carreira em 2012, elegendo-se vereador pelo nanico PRTB em Maravilha, município do interior de Alagoas.

Se políticos como Luís Eduardo Magalhães, um dos que votaram contra Collor, conseguiram se reinventar e até mesmo chegar na Presidência da Câmara no governo FHC, uma espécie de maldição parece tê-los perseguido. Luís Eduardo acabou falecendo com um enfarto agudo do miocárdio com 43 anos, no auge da carreira e quando começava a ter o nome ventilado como possível sucessor de FHC na Presidência.

Ronivon Santiago também se reelegeu. Para renunciar ao mandato após confessar ter vendido seu voto na aprovação da emenda que garantiu a reeleição de FHC.

Já Roberto Jefferson, na foto apertando a mão de Collor, outro que votou contra o impeachment e conseguiu se reeleger em 1994, teve sua carreira interrompida após denunciar o mensalão em 2005. Com o mandato cassado, foi preso. Só conseguiu voltar à política graças ao perdão recebido do STF.

O paranaense Basilio Vilani encerrou a carreira em 2002, alegando problemas de saúde, após ser reeleito em 1994 e 1998. Mas a maldição do impeachment voltou para assombrá-lo. Denunciado em 2008 por envolvimento com a Máfia das Ambulâncias, que através de emendas parlamentares desviava recursos para compra de ambulâncias em municípios governados por aliados dos deputados, acabou condenado no ano passado. Vive recluso em um sítio em São Francisco do Sul, Santa Catarina.

O saldo é dramaticamente negativo. O custo para as carreiras de quem ousou ir com Collor até o fim não poderia ser pior.

Mais um motivo para os indecisos pensarem muito bem no que vão fazer durante a votação da próxima semana. Em tempo, é sempre bom lembrar: em 1994 não existiam redes sociais e internet. Hoje existem. O custo de defender Dilma até o fim tende a ser ainda maior do que foi no caso de Collor.




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