OCULTISMO: EM BUSCA DO DESCONHECIDO - DA ASTRONOMIA À ASTROLOGIA
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OCULTISMO: EM BUSCA DO DESCONHECIDO - DA ASTRONOMIA À ASTROLOGIA


Estrelas Astrologia
O funcionamento ordeiro do sol, da lua, das estrelas e dos planetas há muito tem sido uma fonte de fascínio para as pessoas na terra. Descobriram-se na Mesopotâmia catálogos de estrelas que remontam a 1800 AEC. Baseados em tais informações, os babilônios conseguiam prever muitos eventos astronômicos, como eclipses lunares, o nascimento e o ocaso de constelações e certos movimentos dos planetas. Egípcios, assírios, chineses, indianos, gregos, romanos e outros povos antigos, também observavam o céu e mantinham detalhados registros de eventos astronômicos. À base desses registros eles elaboravam seus calendários e programavam as suas atividades anuais.


À base de observações astronômicas, percebeu-se que certos eventos na terra pareciam sincronizar-se com certos eventos celestes. Por exemplo, a mudança de estações seguia de perto o movimento do sol, o fluxo e refluxo das marés acontecia segundo as fases da lua e a inundação anual do Nilo sempre se seguia ao aparecimento de Sírius, a estrela mais brilhante. A dedução lógica foi que os corpos celestes desempenhavam um papel significativo na causa destes e de outros eventos na terra. De fato, os egípcios chamavam Sírius de Formadora do Nilo. A idéia de que as estrelas influenciavam os eventos na terra rapidamente levou ao conceito de que os corpos celestes poderiam ser usados para predizer o futuro. Assim, a astronomia fez surgir a astrologia. 

Logo, reis e imperadores mantinham astrólogos oficiais nas cortes para consultar as estrelas concernente a importantes assuntos nacionais. Mas, o povo comum também recorria às estrelas com respeito à sua sorte pessoal.

Os babilônios, mais uma vez, entram em cena. Eles encaravam as estrelas como morada celestial dos deuses, assim como os templos eram suas moradas terrestres. Isto fez surgir o conceito de agrupar as estrelas em constelações, bem como a crença de que os distúrbios nos céus, tais como os eclipses ou a aparição de certas estrelas ou cometas brilhantes, pressagiavam tristeza e guerra na terra. Centenas de relatórios de astrólogos a reis foram encontrados entre os artefatos escavados na Mesopotâmia. Alguns destes diziam, por exemplo, que um iminente eclipse lunar era sinal de que certo inimigo sofreria derrota, ou que o aparecimento de certo planeta numa determinada constelação seria prenúncio de “grande ira” na terra.

Até que ponto os babilônios fiavam-se nessa forma de adivinhação vê-se também nas palavras censuradoras do profeta Isaías contra eles, ao predizer a destruição de Babilônia: “Fica, pois, com os teus encantamentos e com a abundância das tuas feitiçarias em que labutaste desde a tua mocidade . . . Que se ponham de pé, pois, e que te salvem, os adoradores dos céus, os contempladores das estrelas, os que divulgam conhecimento nas luas novas a respeito das coisas que virão sobre ti.” — Isaías 47:12, 13.

De Babilônia a astrologia foi exportada para o Egito, Assíria, Pérsia, Grécia, Roma e Arábia. No Oriente, os hindus e os chineses também tinham seus apurados sistemas de astrologia. Os “magos” que segundo o evangelista Mateus foram ver o menino Jesus eram “astrólogos das regiões orientais”. (Mateus 2:1, 2) Alguns estudiosos crêem que estes astrólogos talvez fossem da escola caldaica e medo-persa de astrologia, de Pártia, que havia sido província da Pérsia, transformando-se mais tarde no independente Império Parto.

Foram os gregos, porém, que deram à astrologia a sua forma atual. No segundo século EC, Cláudio Ptolomeu, astrônomo grego de Alexandria, Egito, reuniu todas as existentes informações astrológicas em quatro livros, chamados Tetrabiblos, que têm servido como texto básico de astrologia até hoje. Disso desenvolveu-se o que é comumente chamado de astrologia natal, isto é, um sistema para predizer o futuro duma pessoa estudando a sua carta de nascimento, ou horóscopo — um mapa que mostra a posição do sol, da lua e de vários planetas entre as constelações, conforme visto da localidade em que a pessoa nasceu e no momento de seu nascimento.

Por volta dos séculos 14 e 15, a astrologia já ganhara ampla aceitação no Ocidente. Universidades ensinavam-na como disciplina, o que exigia conhecimento prático de línguas e matemática. Os astrólogos eram considerados eruditos. Os escritos de Shakespeare fazem muitas alusões às influências astrológicas nos assuntos humanos. Todas as cortes reais e muitos nobres mantinham astrólogos particulares para pronta consulta. Dificilmente empreendia-se um projeto — guerra, construção, negócios, ou viagem — sem primeiro consultar as estrelas. A astrologia tornara-se respeitável.

Ainda que o trabalho de astrônomos como Copérnico e Galileu, junto com o progresso da inquirição científica, tenham grandemente desacreditado a astrologia como ciência legítima, ela sobreviveu até hoje. (Veja quadro, página 85.) De chefes de Estado ao homem comum, seja de nações tecnologicamente avançadas, seja de remotos vilarejos em países em desenvolvimento, esta misteriosa arte, iniciada pelos babilônios, desenvolvida pelos gregos e adicionalmente expandida pelos árabes, ainda exerce hoje uma ampla influência.

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