Opinião: Um eventual confronto Rússia-OTAN poderia ir muito além das armas convencionais
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Opinião: Um eventual confronto Rússia-OTAN poderia ir muito além das armas convencionais


Bandeira da OTAN é queimada durante protestos na Rússia
A Rede de Liderança Europeia, organização sediada em Londres e composta, em sua maioria, por militares que serviram na OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), divulgou estudo afirmando que “a Rússia está se preparando para um conflito com a OTAN, e a OTAN está se preparando para um possível confronto com a Rússia".

O estudo, divulgado pelo jornal britânico “Financial Times”, menciona os dois grandes exercícios militares realizados pela OTAN e pela Rússia este ano.

De acordo com o documento, em março, 80 mil militares da Rússia participaram de inspeções de prontidão de combate em todo o país. Já a OTAN realizou em junho os exercícios Allied Shield (Escudo Aliado), com a participação de 15 mil militares de 19 Estados-membros em diversos países do Leste Europeu. Os exercícios incluíram as manobras Trident Joust, na Romênia, e BALTOPS, Saber Strike e Noble Jump, na Polônia.

Na avaliação da Rede de Liderança Europeia (ELN, na sigla em inglês), “a natureza intensificada e a escala de ambos os exercícios mostram que cada lado procura aprimorar o seu adestramento para testar as suas capacidades militares e, muito provavelmente, obter os planos militares do outro”.
Para o professor de Relações Internacionais Fabiano Mielniczuk, do Instituto Audiplo e da Escola Superior de Propaganda e Marketing do Rio Grande do Sul, o estudo da ELN é preocupante e deve ser motivo de reflexão em todo o mundo. Falando com exclusividade à Sputnik Brasil, Mielniczuk acentuou:

“Embora os estudos não apontem nominalmente que a OTAN está se preparando para uma guerra contra a Rússia, e que a Rússia está se preparando para uma guerra contra a OTAN, na prática eles já pressupõem isso. Os exercícios da OTAN realizados em junho simularam o que se passou na Crimeia, no período posterior à integração da península à Federação Russa. Isto é muito grave e deve merecer uma apreciação muito cuidadosa por parte da comunidade internacional.”

Fabiano Mielniczuk lembra que há tempos a situação que envolve Rússia e OTAN vem sendo marcada por desentendimentos:

“A OTAN, criada durante o período da Guerra Fria, logo depois da Segunda Guerra Mundial, tinha o objetivo de conter a chamada ‘ameaça comunista’, representada pela União Soviética. Desde então, as relações com a Rússia são complicadas. Ela foi criada, como dizem muitos analistas internacionais, ‘para deixar os Estados Unidos dentro da Europa, para deixar os russos fora da Europa, e os alemães, embaixo da Europa’. Temia-se o comunismo da União Soviética e cuidava-se para que o monstro nazista da Alemanha na Segunda Guerra Mundial não voltasse nunca mais. Hoje, OTAN, Estados Unidos e Rússia debatem a questão do escudo antimísseis da Europa. A Rússia diz que este escudo, instalado perto de suas fronteiras, é uma ameaça direta à sua segurança. Por sua vez, Estados Unidos e OTAN garantem que é um escudo de defesa e não de ataque, e por este motivo a Rússia nada tem a temer.”

Segundo ainda Fabiano Mielniczuk, o relatório e as sugestões da ELN exigem uma reflexão em profundidade, uma vez que as consequências de um confronto Rússia-OTAN podem ser seríssimas:

“A possibilidade de este conflito se instalar existe. Ela é baixa, mas pode acontecer. Então, é preciso acatar as recomendações da Rede de Liderança Europeia no sentido de se restabelecer o diálogo entre Rússia e OTAN, buscar a intermediação de organismos internacionais e cobrar dos políticos europeus um posicionamento claro contra este estado de coisas. Um eventual conflito Rússia-OTAN pode ir muito além do uso de armas convencionais. E isto tem de ser muito bem pensado.”

http://br.sputniknews.com/opiniao/20150813/1858755.html#ixzz3ipCaQmvC



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