Parlamento da Crimeia decide por unanimidade fazer parte da Rússia
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Parlamento da Crimeia decide por unanimidade fazer parte da Rússia


Manifestantes pró-Rússia apoiam adesão da Crimeia ao país durante reunião em praça na Ucrânia

O Parlamento da Crimeia votou unanimemente a favor de se tornar parte da Rússia nesta quinta-feira, disse a agência de notícias RIA, citando o texto da decisão. Foi acertado "entrar na Federação Russa com os direitos de um sujeito da Federação Russa", diz o texto.

Dominado por representantes pró-Moscou, o Parlamento da Crimeia pediu ao presidente Vladimir Putin que examine uma moção de adesão a Rússia e anunciou um referendo em 16 de março na península ucraniana para validar o pedido.

Os eleitores poderão escolher entre uma união a Rússia ou uma autonomia maior a respeito de Kiev, afirmou o deputado regional Grigori Ioffe. A pergunta que será feita na consulta será: "Você é a favor da reunificação da Crimeia com a Rússia como parte da Federação Russa?". A consulta terá ainda uma segunda questão: "Você é a favor que volte a vigorar a Constituição da Crimeia de 1992 e o status da Crimeia como parte da Ucrânia?".

Pouco depois, o Kremlin anunciou que Putin foi informado sobre o pedido do Parlamento da Crimeia. "O Parlamento da Crimeia aprovou uma moção para que a Crimeia se una a Rússia. E solicitou ao presidente e ao Parlamento russos que examinem este pedido", disse Ioffe.

A repentina aceleração das manobras para colocar formalmente a Crimeia sob o controle russo ocorre enquanto os líderes da União Europeia se reúnem para uma cúpula emergencial, buscando formas de pressionar a Rússia a recuar e aceitar a mediação.

A Crimeia, no sudeste da Ucrânia, tem população de maioria étnica russa, abriga a frota russa do Mar Negro, e foi parte da Rússia até 1954, quando o então dirigente soviético Nikita Kruschev decidiu "entregá-la de presente" a Ucrânia.

Na prática, neste momento, a Crimeira foi ocupada por forças russas. Segundo a agência russa de notícias RIA, o Parlamento regional aprovou por unanimidade "a entrada na Federação Russa, com os direitos de um súdito da Federação Russa".

Diplomatas dizem que esse anúncio provavelmente não foi feito sem o aval do presidente russo, Vladimir Putin, numa situação que eleva o tom do mais sério conflito leste-oeste desde o fim da Guerra Fria.

Os líderes da UE parecem inclinados a alertar a Rússia por sua intervenção militar na Ucrânia, mas sem impor sanções a Moscou. Não está imediatamente claro qual será o impacto das decisões na Crimeia.

Ao chegar para a cúpula, o presidente da França, François Hollande, disse a jornalistas que "haverá a mais forte pressão possível sobre a Rússia para começar a reduzir a tensão, e dentro da pressão há, evidentemente, o eventual recurso a sanções".

Durante discussões na quarta-feira em Paris, o chanceler russo, Sergei Lavrov, se recusou -apesar da pressão dos EUA e da UE- a se reunir com seu novo homólogo ucraniano ou iniciar um "grupo de contato" para buscar uma solução para a crise. Os dois ministros voltarão a se encontrar novamente na quinta-feira em Roma.

A tensão continua elevada na Crimeia, onde um alto representante da ONU foi cercado por uma multidão pró-Moscou, sendo ameaçado e obrigado a voltar ao seu avião e ir embora do país.

A cúpula da UE em Bruxelas dificilmente adotará mais do que medidas simbólicas contra a Rússia, maior fornecedor de gás para a Europa, porque nem a Alemanha -potência industrial do continente- nem a Grã-Bretanha -centro financeiro da UE- querem trilhar esse caminho.

Os EUA já anunciaram a disposição de adotar sanções como a proibição de vistos, congelamento de bens de autoridades russas específicas e restrições a transações comerciais. Washington diz que essas medidas podem ser adotadas já nos próximos dias.

Em 27 de fevereiro, o Parlamento da Crimeia tinha convocado, em sessão a portas fechadas, um referendo sobre "a ampliação da autonomia" da península, o mesmo dia em que se designou um governo leal a Moscou, liderado por Sergei Axionov, enquanto o Congresso estava tomado por um grupo armado pró-Rússia.

A península da Crimeia, tem atualmente um regime de república autônoma, e está sob controle de forças pró-Moscou desde 28 de fevereiro.

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