Praia do Machadinho, próxima a colares, um dos palcos da Operação Prato . (Crédito: A. J. Gevaerd – Revista UFO)
A Operação Prato, a mais bem organizada e espetacular missão militar oficial de investigação ufológica de que existe conhecimento e comprovação documental, tem sido objeto de interesse da Ufologia Brasileira há décadas. Ainda nos anos 1980, pouco após seu término oficial, nos bastidores da pesquisa ufológica em nosso país ocorriam debates a respeito dessa, então, ainda sigilosa investigação.
Os graves fatos registrados em Colares, nas proximidades de Belém, no Pará, levaram ao acionamento do I COMAR e a criação de uma missão militar secreta de investigação, sob o comando do então capitão Uyrangê Hollanda. A princípio duvidando dos relatos da onda ufológica conhecida como chupa-chupa, em que eram descritos supostos ataques com raios de luz que deixavam marcas na pele das vítimas, o militar convenceu-se dos extraordinários fatos que aconteciam quando vivenciou diversas ocorrências surpreendentes ao lado de seus comandados.
A Operação Prato foi afinal revelada em toda sua complexidade e impressionantes detalhes quando da histórica entrevista concedida pelo então coronel aposentado Uyrangê Hollanda a A. J. Gevaerd, editor da Revista UFO, e a Marco Petit, co-editor. Com riqueza incomparável de detalhes, Hollanda descreveu os estarrecedores encontros que teve, ao lado de seus comandados, com diversos objetos voadores não identificados na selva amazônica, ocasiões em que obtiveram centenas de fotos e várias horas de filmes.
Publicada nas edições 54 e 55 de UFO, a entrevista retornou às páginas da revista na edição 101. Tragicamente, vítima de depressão, o Coronel Hollanda suicidou-se pouco após suas revelações, mas seu exemplo motivou várias outras matérias sobre a intensa casuística ufológica da região, publicadas nas edições 114, 115, 116 e 117, além de ser um dos pilares da campanha UFOs: Liberdade de Informação Já.
Esse movimento pela liberdade de informações ufológicas, absolutamente vitorioso, viu em 2008 as primeiras publicações de documentos antes classificados da Força Aérea Brasileira após uma longa espera. E a maior expectativa era dirigida precisamente aos relatórios minuciosamente produzidos por Hollanda e seus homens, e hoje todos podem conferir esses documentos, que são apenas uma parte do que ainda é mantido em sigilo.
Comprovando que ainda existe muito mais a ser revelado, o pesquisador e ex-tripulante da empresa Cruzeiro do Sul, Vitório Peret, produziu um vídeo em que apresenta um depoimento de suas experiências ufológicas, boa parte delas vividas ao lado de outro ícone da Ufologia Brasileira, o General Alfredo Moacyr de Mendonça Uchôa. Peret descreve como, em 1979, em uma viagem de rotina do Rio de Janeiro a Belém, teve a companhia do General.
Chegando ao destino, Uchôa o apresentou ao então Major Uyrangê Hollanda e ao Sargento Flávio Costa, quando tiveram a oportunidade de conversar a respeito de investigações oficiais sigilosas realizadas pela FAB na Amazônia. Peret conta que acabou tomando conhecimento de fatos surpreendentes a respeito da Operação Prato e das ligações do saudoso General Uchôa com o fenômeno ufológico.
O vídeo é um importantíssimo testemunho do envolvimento da Força Aérea Brasileira com os UFOs, e é mais uma peça que vem complementar o esforço da Ufologia Brasileira em sua aproximação com os militares. Esse movimento, que visa a ampla transparência no trato da questão ufológica, igualmente tem como objetivo a criação de uma comissão mista, formada por pesquisadores civis e oficiais militares, nos moldes das que já existem em países vizinhos, a fim de que a população seja informada acerca de fenômenos que ocorrem regularmente em nossos céus.
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