Apostar a vidaEstive em Esquel visitando a zona afetada pelos incêndios no Parque Nacional Los Alerces, e um desses dias coincidiu com o Ano novo das árvores para a tradição judia, Tu Bishvat. Junto com o batalhão 39 da Gendarmeria, seu Comandante e o Capelão, realizamos uma pequena cerimônia onde plantamos um abedul.Respondendo ao incêndio, plantando e celebrando a vida no símbolo da árvore, o capelão realizou uma bendição e eu contei aos presentes que era o dia do calendário hebreu onde celebramos o ano novo das árvores, e que é tradição plantá-los na terra prometida nesta data.Argentina é nossa terra prometida, onde as árvores não devem queimar-se intencionalmente senão plantar vocacional e espiritualmente. Como diz a Bíblia “Porque o homem é como a árvore do campo”.
Argentina, de Paraíso perdido a terra prometidaNinguém duvidaria em afirmar que a Argentina, enquanto projeto de país, pode aproveitar com vantagens seu enorme potencial. Uma retrospectiva a nossa história nacional nos produz, entretanto, uma profunda sensação de frustração. É que o país, em algumas etapas, teve todas as condições objetivas, internas e externas, como para converter-se em uma potência mundial e não as aproveitou.Tendo sido abençoada com vastos recursos naturais, pelos que foi chamada celeiro do mundo, o paradigma de rico produtor agropecuário lhe permitiu ao país ser uma referência mundial quando se falava de um paraíso de abundância. Uma geração com compromisso pátrio e visão de futuro soube construir as bases de uma pequena Europa no sul da América e sentou os cimentos de uma indústria básica que florescia baseada na atividade agropecuária.Da colônia espanhola ao porto exportador foi incrustado diante nossos olhos, uma e outra vez, o Paraíso que fomos ou que poderíamos ser. Como Adão e Eva confundidos no erro, não fomos expulsos do Paraíso por comer do fruto do conhecimento, senão por tê-lo comido e não ter adquirido o conhecimento do bem e do mal. A capacidade de discernir é um atributo da consciência, mas também do conhecimento e da ciência, necessária para ter as coisas bem.Quando os dons equivalem ao que está bem, só há que reconhecer e agradecer. Quando as dificuldades nos confrontam com o que não está bem, ou se nos apresenta a experiência do mal, a conjunção do conhecimento com a consciência e a ciência permite transitar e transcender a dificuldade, a tragédia ou a prova. Se requer conhecer e reconhecer fortalezas e debilidades para encontrar uma estratégia para reverter o mal e afirmar o bem. Já não se trata do destino decretado, senão do futuro perdido por não saber, não querer ou não poder ter as coisas bem.O Paraíso perdido da Argentina não é uma tragédia nacional, senão uma oportunidade sempre vigente.Fazer do território argentino uma Nação é recuperar a terra prometida, restituindo, nela, o Paraíso terrenal que temos que reconstruir na terra. Construir um Paraíso no país significa, viver a experiência de transformá-lo entre todos e levantar, nele, uma Nação. Há que tomar consciência de que a promessa da terra é potencial, que só a faremos realidade com a cultura do esforço e a decisão de tomar não somente da terra o que se nos dá, senão fazer oferenda à ela. Para poder concretizá-lo, deve-se ter a disposição espiritual de partir e compartilhar o pão. Este Paraíso anunciado não consiste unicamente na abundância, senão na equidade com que esta se disfruta.A Argentina é terra de promessas, já que aqueles que chegaram para habitá-la encontraram aqui as bençãos de liberdade, trabalho e pão. Porém, isto não foi fruto da gratuidade do jardim, senão do esforço de trabalhar a terra e querer convertê-la emParaíso. Um Paraíso para os perseguidos e esfomeados que chegaram da Europa, que não só sobreviveram aqui, senão que viveram com intensidade a construção de um país que buscava converter-se em uma Nação e lhe ofereceram o sagrado de seus dias na oferenda desses valores essenciais que fazem que uma sociedade multicultural possa desenvolver-se em paz: um pacto e um contrato social. Recuperar a promessa da terra e viver seu Paraíso é implantar o mesiânico na obra de nossas próprias mãos.Um país como o nosso têm os recursos para alimentar a todos seus filhos. Portanto, se isso não se cumpre, não é porque sejamos uma terra pobre, senão por ser uma sociedade miserável, que não é capaz de encontrar o valor da equidade que fazer digna a uma Nação e cumpre o sonho da terra prometida, Paraíso retratado em nossa própria Constituição.Voltar ao Paraíso é regressar ao jardim que habitavam os povos originários, à visão que inspiraram nossos próceres e à promessa com a que sonharam nossos avós imigrantes. Eles, filhos de seu tempo, vislumbraram uma utopia, uma terra prometida que, com o tempo, teria de converter-se em Nação por meio de esforços consensuados. Mas a história que construímos os argentinos nos foi afastando cada vez mais dessa quimera até se converter em fantasia. Por isso se impõe articular um projeto cívico que nos permita recuperar a benção de uma Nação plena e autêntica.Fragmento de Argentina Cidadã. Com textos bíblicos
Palestina ou Argentina?Qual escolher: Palestina ou Argentina? A Society tomará o que for dado e ao que se inclinar a opinião geral do povo judeu. A Society regulamentará ambas coisas. A Argentina é, por natureza, um dos países mais ricos da terra, de superfície imensa, população escassa e clima moderado. A República Argentina teria o maior interesse em nos ceder uma parte de seu território. A atual infiltração dos judeus os desagradou, naturalmente; teriamos que explicar à Argentina a diferença radical da nova emigração judia. […]