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Redução de importações ucranianas atrasa obras do metrô de Moscou
De acordo com o Serviço Aduaneiro Federal da Rússia, a importação de mercadorias ucranianas para a Rússia caiu 37% em janeiro de 2014 Foto: Aleksêi Filippov/RIA Nóvosti
Produção de papel, construção de estradas, criação de helicópteros e até mesmo abertura de túneis do metrô dependem de setores da indústria ucraniana. Rússia deve compensar o déficit de mercadorias ucranianas aumentando a produção interna.De acordo com o Serviço Aduaneiro Federal da Rússia, a importação de mercadorias ucranianas para a Rússia caiu 37% em janeiro de 2014 Foto: Aleksêi Filippov/RIA Nóvosti
Em 2013, as autoridades de Moscou assinaram um contrato no valor de US$ 22 milhões com uma indústria ucraniana de Dnepropetrovsk para o fornecimento de equipamentos usados na construção do metrô da capital. No entanto, de acordo com o vice-prefeito, Marat Khusnullin, por causa dos recentes eventos na Ucrânia, as entregas serão adiadas em dois ou três meses.
Também devido à crise no país vizinho, em vez de seguir o cronograma que prevê a construção de 13 km de linhas de metrô em 2014, acredita-se que será possível finalizar apenas 8 km. E as obras do metrô não são a única área que dependem de mercadorias ucranianas.
O volume básico de exportação da Ucrânia para a Rússia, de acordo com os dados do Ministério do Desenvolvimento Econômico russo, gera US$ 2,6 bilhões por ano para a economia ucraniana. O fornecimento desses produtos para a Rússia já foi, contudo, reduzido.
No primeiro trimestre deste ano, a importação de vagões de carga ucranianos pela Rússia diminuiu em 7,5 vezes. “Em termos financeiros, isso representa uma redução de US$ 360 milhões para US$ 49 milhões”, explica Vladimir Savtchuk, chefe do Departamento de Pesquisa de Transporte Ferroviário do Instituto de Problemas de Monopólios Naturais.
A importação de acessórios e estruturas de aço, cuja negociação movimenta US$ 1,9 bilhões, e de canos de metais ferrosos, no valor de US$ 947 milhões, também sofreu reduções significativas, e as empresas russas se viram obrigadas a organizar a sua própria produção. Por exemplo, a Evraz, a Severstal e a NLMK estão pondo em funcionamento novas instalações a um custo de US$ 2 bilhões.
A redução de envio de materiais para a construção de estradas, como gesso, seixos, cascalho e brita, bem como o comércio de componentes para produção de papel, intensificaram ainda mais o impacto das medidas de retaliação tomadas por empresas do país vizinho.
Substituir é precisoDe acordo com o Serviço Aduaneiro Federal da Rússia, a importação de mercadorias ucranianas para a Rússia caiu 37% em janeiro de 2014. Apesar da redução, os parceiros russos pagaram para as empresas ucranianas US$ 698,3 milhões em apenas um mês.
Se, para a Ucrânia, a Rússia é o maior importador, que traz para a sua economia 24,7% do volume total de negócios do comércio exterior, a Ucrânia para a Rússia, com os seus 5,4%, é o quinto parceiro maior parceiro. Dessa forma, a ruptura das relações comerciais com a Rússia trará para a Ucrânia um declínio acentuado da cota de exportações, reduzindo o PIB real em, pelo menos, 1,5%.
“A Rússia pode compensar o déficit de mercadorias ucranianas aumentando a sua própria produção”, observa o diretor-geral do Grupo Alor, Serguêi Khestanov.
Atualmente, o único setor em que o fornecimento de produtos ucranianos para a Rússia não pode ser substituído é a indústria de aviação. “A descontinuidade do fornecimento de motores ucranianos pode ameaçar os contratos internacionais de venda de helicópteros firmados pela Rússia”, adverte Khestanov. A fábrica ucraniana Motor Sich produz o motor para os helicópteros Mi-8 e o Mi-24, os modelos russos mais procurados no mercado mundial.
Acredita-se, porém, que o principal acionista da Motor Sich, Viatcheslav Boguslaiev, manterá seu posicionamento sobre a integração com os parceiros russos. “Mas, se a crise nas relações políticas acabar levando ao colapso comercial, a Rússia será capaz de substituir o fornecimento de motores ucranianos”, assegura o chefe da agência AviaPort, Oleg Panteleev, acrescentando que o processo exigirá, no mínimo, dois ou três anos.
Gazeta Russa
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