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Reserva gigante em Sergipe pode criar mais pressão sobre Petrobras
Se confirmada descoberta de uma reserva gigante da Petrobras na bacia de Sergipe-Alagoas, a estatal terá mais um “problema” para administrar: a necessidade de mais dinheiro, equipamentos e pessoal para levar à frente os investimentos em desenvolvimento da produção na margem leste do Brasil simultâneos aos do pré-sal da Bacia de Santos e ao gigantesco Libra. Isso sem deixar cair a produção na Bacia de Campos, responsável por 80% da produção do país, e sem esquecer as novas refinarias.
A mão pesada do governo sobre os preços dos combustíveis pressiona o caixa e os indicadores de dívida da Petrobras, problema que rendeu um rebaixamento pela Moody’s, o primeiro na gestão da presidente Graça Foster. O controle de preços em momento em que realiza um bilionário programa de investimentos e administra o aumento do consumo de combustíveis no país, acima da sua capacidade de produção, tem causado à Petrobras dois efeitos: ela perde quando os preços do petróleo aumentam e deve se preocupar com a descoberta de reservas. Essas últimas são a base da existência de qualquer companhia do setor mas exigem investimentos que precisam ser feitos de acordo com cronograma regulatório. Uma petroleira sem reservas não tem futuro. E no caso da Petrobras, o sucesso exploratório tem trazido grandes notícias.
Uma notícia sobre o que seria a “maior descoberta de petróleo realizada no mundo em 2013″, no litoral de Sergipe, foi mencionada na sexta-feira pelo secretário de Desenvolvimento Econômico daquele Estado, Saumíneo Nascimento. Segundo ele, o detalhamento será feito no dia 23, em Aracaju.
A Petrobras evita falar no assunto. Em resposta à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) no dia 27 de setembro, a estatal reconheceu a importância da bacia de Sergipe-Alagoas, lembrando que fez 13 descobertas ao perfurar 16 poços que perfurou em águas profundas da região desde 2008.
Desde 2010 a Petrobras informa as expectativas de sucesso na exploração de águas profundas das margens leste e equatorial, e o bloco SEAL-11 sempre foi destacado como o de maior potencial na margem Leste, onde está a bacia de Sergipe Alagoas. Lá a Petrobras descobriu o reservatório Barra em 2010 e outros reservatórios mais profundos (até 5.500 metros) de óleo leve próximos a ele.
A agência Reuters noticiou recentemente que a descoberta tem possibilidade de reservas de até 3 bilhões de barris “in situ” (dos quais em média 25% a 30% são recuperáveis, ou seja, podem ser extraídos com a tecnologia conhecida). Se a informação for verídica, e até agora um indício positivo é que a companhia não desmentiu a notícia, significa a possibilidade de se produzir ali reservas de 750 mil a 900 mil barris de petróleo e gás.
Ao não confirmar volumes, apesar das declarações precipitadas do governo de Alagoas, a Petrobras usa prudência que faltou a algumas empresas do setor, como a OGX e HRT. Descobertas dessa natureza requerem a perfuração de certa quantidade de poços para que se possa ter uma estimativa mais acurada. (Colaborou Murillo Camarotto, do Recife)
FONTE: Valor Econômico
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