Rolls-Royce e Boeing ampliam as apostas e cooperação com Rússia
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Rolls-Royce e Boeing ampliam as apostas e cooperação com Rússia


Gigantes elevam colaboração comercial e científica com a VSMPO-AVISMA, maior produtor de titânio no mundo e que pertence a Rostec
A Rostec, corporação estatal da Federação da Rússia que desenvolve, fabrica e exporta produtos industriais de alta tecnologia para o uso civil e militar, informa que a Corporação VSMPO-AVISMA, maior produtor de titânio do mundo, planeja ampliar em um terço sua produção até 2020, para 40 mil toneladas do metal ao ano.

O crescimento será possibilitado pela ampliação da colaboração e celebração de novos contratos de longo prazo com parceiros tradicionais, como as gigantes Rolls-Royce e Boeing.A VSMPO-AVISMA, que é parte integrante da Rostec, firmou três acordos de longo prazo com a companhia britânica Rolls-Royce para o fornecimento de titânio utilizado na fabricação de aero motores. O anúncio foi feito durante a exposição industrial e internacional “Innoprom”, ocorrida na cidade russa de Ekaterinburgo.

Os contratos terão validade no período compreendido entre 2016 e 2025 e incluem a entrega de titânio laminado e artigos semi-fabricados, além de rodas polidas forjadas e anéis de liga de titânio. Estima-se que a receita com os acordos irá superar US$ 300 milhões.

“A Rolls-Royce é nosso sócio estratégico. A cooperação conjunta entre ambas empresas teve início em 2000 e estamos muito contentes em ampliá-la”, afirma Mijaíl Voevodin, diretor-geral da VSMPO-AVISMA. “A história nos mostra que a indústria de titânio domina a produção para os construtores de motores. Se distingue por características melhoradas e uma operação segura. Neste sentido, chamo a atenção para o fato de que 10 anos é um prazo de tempo longo para um contrato no setor.

Este acontecimento, por si só, demonstra a grande confiança de nossos parceiros e seus esforços para definir preços”, completa o executivo.

O cenário não é diferente com a gigante de aviação americana Boeing. Em 2014, a companhia e a VSMPO-AVISMA prorrogaram o contrato para fornecimento de titânio até 2022, e seguem ampliando a cooperação – não apenas na compra do metal, mas também na fabricação conjunta de produtos acabados. O próximo passo foi a concretização de acordo trilateral sobre cooperação estratégica firmado entre a companhia, a Boeing e a Universidade Federal dos Urales (Rússia) durante a exposição “Innoprom”.

As partes irão centrar a colaboração nas esferas científicas e de exploração, além de produção, tecnologia e penetração de novos anéis de ligas de titânio. O acordo envolve ainda a capacitação profissional de especialistas, incluindo estágios e empregos para estudantes e funcionários dos departamentos de ciências e engenharia.

“A Rússia possui competências exclusivas no campo de desenvolvimento e estudo de ligas de titânio, fato que converte a nossa colaboração com a VSMPO-AVISMA e com as grandes universidades do país em uma estratégia importante para a companhia Boeing”, destaca Serguey Kravchenko, presidente da Boeing na Rússia. “Hoje demos um grande passo para ampliar o nível de cooperação com a indústria e a ciência russas”, acrescentou.

A colaboração entre Boeing e VSMPO-AVISMA foi firmada em 1993. Desde 2006 ambas empresas atuam no processamento de peças forjadas de titânio por meio da joint venture Ural Boeing Manufacturing, sediada na cidade russa de Vérjniaya Saldá. Já foram investidos mais de US$ 70 milhões no projeto. Para o futuro, as companhias planejam concluir a construção de uma segunda planta para processamento de produtos de titânio.

De acordo com diretor-geral da VSMPO-AVISMA, a empresa mista está em pleno funcionamento e já começou a produzir partes e peças acabadas que poderão ser instaladas em aviões. “Se ganharmos todas as licitações que atualmente estão em andamento com os aviões Boeing-777X, poderemos dobrar todos as capacidades da corporação por cinco anos", afirma Mijaíl Voevodin.

A VSMPO-AVISMA colabora atualmente com os principais fabricantes de aeronaves do mundo, fornecendo 40% do titânio utilizado pela Boeing, 60% da Airbus e 100% da brasileira Embraer. Segundo Voevodin, estas porcentagens são estáveis e não devem ser alteradas no curto e médio prazo, o que torna permanente o aumento de titânio oferecidos para o setor de aviação.

"A particularidade é que, atualmente, as velocidades de produção dos fabricantes de aviões estão aumentando e, consequentemente, cresce a necessidade de ampliar a produção de titânio. Nossa porcentagem de crescimento está sempre similar neste setor, o que é bastante confortável para nós. Esperamos que a nossa produção continue atendendo as necessidades de nossos consumidores”, estima Voevodin.

Em relação aos acordos com Rolls-Royce, Boeing e demais parceiros estrangeiros, a VSMPO-AVISMA afirma que as sanções comerciais estabelecidas contra a Rússia não afetam os acordos e trabalhos exercidos pela companhia.

"A indústria global não pode se distrair com problemas políticos", comenta o executivo, após ressaltar que a única consequência das sanções foi o desejo dos parceiros nos Estados Unidos e na União Europeia de criar áreas para estocagem do titânio fornecido pela Rússia em seus respectivos territórios. Segundo o chefe da VSMPO-AVISMA, a decisão é benéfica e serve como base para a ampliação do fornecimento do metal e melhora da logística.
Defesa Net



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