Rússia-China-Brasil unindo forças para evitar o dólar-EUA
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Rússia-China-Brasil unindo forças para evitar o dólar-EUA


Âncora (0’19”): (...) E o que o Brasil espera, ou está buscando, no que tenha a ver com a Rússia?

Jim Rodgers: O que o Brasil quer da Rússia, e a Rússia quer o mesmo, é formar alguma espécie de sistema para concorrer com o Banco Mundial, e com o FMI e com o dólar norte-americano. O Brasil gostaria de dominar o hemisfério ocidental. Pensam nisso há muitos séculos, que deveriam...

Âncora: (0’36”) O que lhe parece que acontecerá no curto prazo?

Jim Rodgers: Se a Índia estiver envolvida, é difícil que aconteça qualquer coisa no curto prazo. Mas Brasil e China e Rússia podem, sem dúvida, facilmente, construir juntos alguma coisa para concorrer com o dólar... O dólar norte-americano é moeda terrivelmente cheia de furos... Eu sou norte-americano, posso falar. Nós temos problema muito sérios, e o mundo tem problemas muito sérios. E precisamos de alguma coisa de fora, outra coisa. E talvez Brasil, Rússia e China possam montar uma moeda realmente capaz de concorrer com o dólar.

Âncora: (1’04”) ... Putin já falou do grande potencial da América Latina.

Jim Rodgers: E a América Latina tem, mesmo, grande potencial. A Rússia quer outros mercados para seus bens manufaturados. O Brasil, a América Latina querem outra fonte, além de EUA e Ásia. Mas Putin está viajando pela Ásia, e a América Latina tem muitos negócios com a Ásia, os chineses estão por toda a parte na América Latina. A união desses países é um processo, pode-se dizer, natural.

Âncora: (1’49”) E a Rússia já está exportando para a América Latina. Tem-se mostrado custo-efetivo...

Jim Rodgers: Claro que sim. Pois se ninguém impede a Rússia de exportar para onde bem entenda [risos]. Claro que está. Os EUA são hoje local onde é muito caro produzir. No que tenha a ver com distâncias, na América Latina você tem as mesmas vantagens que o Japão. Eles podem fazer, como nós podemos.

Âncora: (2’13”) ... Para a Rússia fazer negócios no Brasil, qual é o custo da força de trabalho?

Jim Rodgers: É barato. A verdade é que é muito fácil fazer negócios na América Latina. Isso nem se discute. E, sim, eles têm força de trabalho razoavelmente bem educada. Se eu fosse a Rússia, eu me interessaria primeiro pela Ásia, mas, sim, sem dúvida, a Rússia pode escolher ir primeiro à América Latina, claro, sem dúvida.

Âncora: (2’43”) Quanto aos BRICS, em geral, a Rússia tem investido muito esforço no grupo. O que a Rússia acrescenta aos BRICS?

Jim Rodgers: A Rússia contribui com muita coisa para os BRICS, como a China e o Brasil. Dou menos importância à Índia. Eu descartaria a Índia, nesse grupo, se estivesse nesse negócio. Mas a Rússia tem uma coisa importante que é uma moeda livremente conversível. Nenhum dos outros países BRICS tem moeda com liquidez, livremente conversível. E, saiba-se ou não, os outros países têm grandes dívidas, a Índia tem grande dívida, o Brasil tem grande dívida, a Rússia não é grande devedor, tem grandes reservas internacionais. Claro, sim, a Rússia tem muito a contribuir para o grupo.

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