Sanções contra Rússia: não haverá vencedores
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Sanções contra Rússia: não haverá vencedores


O Ocidente está ameaçando a Rússia com novas sanções se o conflito no sudeste da Ucrânia não for resolvido. Os EUA, a UE, o Canadá e o Japão já introduziram listas negras de indivíduos e empresas a cooperação com as quais deve ser suspendida.

No entanto, os planos incluem medidas restritivas econômicas. E até mesmo o abandono parcial de fontes de energia russas.

A tentativa dos funcionários europeus de punir a Rússia pelos jogos políticos externos dos EUA pode trazer uma nova crise econômica já na própria Europa. E nesta situação ainda não está claro quem sairá perdendo, notam especialistas.

Funcionários europeus estão promovendo a toda força a ideia de introdução de novas sanções. O assim chamado “terceiro pacote” de medidas presume a inclusão na lista negra além de indivíduos também várias empresas russas. Paralelamente, a UE está trabalhando em sanções econômicas.

Mas tais medidas podem destruir também a economia da própria União Europeia, pois as relações comerciais e econômicas com a Rússia estão muito interligadas, nota o representante do Conselho de Política Exterior e de Defesa Dmitri Suslov:

“Se a nova fase de sanções for adotada, isso adicionará problemas muito sérios aos interesses econômicos da UE e a empresas europeias. Eu espero, no entanto, que em 12 de maio a decisão de impor novas sanções não seja tomada. Caso contrário, isso seria a apoteose do absurdo e uma prova já da perda completa pela UE de qualquer objetividade e bom senso nas relações internacionais. E simplesmente indicaria a transformação da União Europeia num fantoche total dos EUA.”

A maioria dos especialistas, inclusive de países da Europa Ocidental, acredita que as sanções não são mais do que o desejo de funcionários europeus de seguir as ordens de Washington. E ainda por cima em detrimento de seus próprios interesses políticos e econômicos, diz o professor da Escola Superior de Economia Oleg Matveichev:

“As sanções são lucrativas principalmente para os Estados Unidos, porque são justamente eles que estão dividindo o continente Eurasiático, contrariando assim os interesses da Europa e da Rússia. As empresas europeias estão inteiramente do nosso lado, elas não querem quaisquer sanções. E a opinião pública também está do nosso lado.”

Se o pacote de restrições econômicas for adotado, sofrerão dezenas de empresas da Europa e dos EUA. Quase diariamente empresas alemãs, francesas e italianas pedem através da imprensa aos funcionários europeus para mudarem de ideias e não levarem a situação até um “absurdo de sanções”.

Nos últimos 10 anos, as empresas europeias construíram na Rússia um negócio rentável – produção de automóveis, produtos químicos domésticos e produtos alimentícios. Por exemplo, a empresa francesa Danone no ano passado teve mais lucro na Rússia do que na França. É óbvio que perder o negócio mais rentável é um desastre para a empresa. E e cervejeira dinamarquesa Carlsberg perdeu 12,5 milhões de dólares em lucro por causa de receios da introdução de sanções duras contra a Rússia. Os ativos russos do grupo bancário francês Société Générale desvalorizaram em meio bilhão de euros.

As sanções atingirão a Europa como um bumerangue, diz Oleg Matveichev:

“A UE já tem um crescimento econômico nulo e problemas enormes no sul da Europa. Se agora a Alemanha também ficar numa posição difícil por causa de, por exemplo, falta de gás russo, acontecerá uma brusca depreciação do euro e até o colapso da União Europeia.”

Sem dúvida, haverá perdas também do lado russo. Pode sofrer o comércio com a UE, que hoje equivale a meio trilhão de euros. A Rússia está sendo ameaçada de isolamento e abandono total de fontes de energia russas. Especialmente por haver o risco de terminação de trânsito de gás através do território ucraniano para a Europa Ocidental.

No entanto, por enquanto, com as notícias sobre uma nova onda de sanções, o rublo russo, pelo contrário, se está reforçando. E muitos especialistas veem nas sanções aspectos positivos. Moscou poderá estabelecer uma cooperação mais estreita com os países asiáticos em rápido crescimento, bem como desenvolver sua própria produção, acredita o economista Yuri Yudenkov:

“Existe a possibilidade de fazer a Rússia mais independente em vários parâmetros. Eu destacaria três tais áreas. É a independência financeira. O presidente assinou um documento sobre a introdução de um sistema nacional de pagamentos. É a esfera da indústria pesada. Trata-se de que atualmente estamos comprando várias máquinas e equipamentos no estrangeiro apesar de que há 5 anos fazíamos nós próprios produtos similares. Nós podemos reavivar esta produção. E a terceira – o país vai fazer um esforço para produzir componentes. Estou falando de microchips e outros novos produtos inovadores. Já temos a base científica, resta concretizar tudo isso em tecnologias.”

Por enquanto, a Rússia não tem a intenção de adotar medidas de resposta. Mas se as sanções forem reforçadas, ela será forçada a se defender tanto no âmbito da OMC como com suas próprias listas “proibitivas” para entrada. Mas tudo isso só no pior dos casos. Afinal, ao contrário de Bruxelas, Moscou entende que consequências esperam quem quiser cavar uma vala para outros em condições de globalização.

Voz da Rússia



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