Avançam os trabalhos nos quatro últimos F-5E ‘ex-Jordânia’ que estão no PAMA-SP
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Avançam os trabalhos nos quatro últimos F-5E ‘ex-Jordânia’ que estão no PAMA-SP


Preparação das últimas células pelo PAMA-SP, que precede o envio para modernização na Embraer, mostrou um avanço significativo nos últimos meses

O Poder Aéreo vem mostrando aos leitores, com frequência, o andamento dos trabalhos de revisão / revitalização no PAMA-SP (Parque de Material Aeronáutico de São Paulo) das onze células de caças F-5E/F adquiridos usados na Jordânia, em 2008. Esses trabalhos precedem o envio às instalações da Embraer em Gavião Peixoto / SP, onde as aeronaves recebem os itens de modernização. Ao que parece, o ritmo tem se acelerado nestes últimos meses do ano, dentro de um avanço geral perceptível desde o final do ano passado.

Apesar de já termos tratado do assunto por diversas vezes (veja matérias anteriores na lista de links ao final), é sempre bom relembrar que o PAMA-SP, localizado na Zona Norte da capital paulista (no Campo de Marte) é a organização da FAB responsável pelas revisões de nível parque nos caças F-5 (IRAN – Inspection and Repair As Necessary – inspeção e reparo quando necessários). Os caças são inteiramente desmontados e seus diversos componentes seguem para vários edifícios do PAMA-SP responsáveis por cada área (trens de pouso, testes de motores etc). Suas células, formadas pelas estrutura e revestimento de fuselagem e superfícies alares / de comando, passam por uma avaliação completa para identificar sinais de fadiga e corrosão, incluindo uso de raio-x, recuperando-se ou substituindo-se partes desgastadas ou condenadas.

No caso dos onze exemplares adquiridos na Jordânia, os componentes retirados e que não fazem parte do pacote de modernização contratado à Embraer, como motores e sistemas hidráulicos entre inúmeros outros, são instalados de volta às aeronaves após serem revisados ou substituídos. Então os caças seguem de carreta da capital paulista para Gavião Peixoto (cerca de 320 km de distância), onde a Embraer instala itens como o novo radar (que demanda alteração estrutural no nariz da aeronave, o que é feito pela empresa), aviônicos diversos, telas multifuncionais e tudo o mais que transforma um velho F-5 E/F num F-5EM/FM.
Células de F-5E e F ex-Jordânia com pintura primer estocadas no PAMA-SP, em 2012

Até meados do ano passado, a revitalização dos onze caças “ex-Jordânia”, que compreende três F-5F (bipostos) e oito F-5E (monopostos), vinha num ritmo um pouco mais lento. Há que se ponderar que, até aquela época, ainda havia os últimos caças F-5 dos lotes originais da FAB em modernização na Embraer (o último só foi entregue em março deste ano). Algumas poucas células do lote jordaniano, principalmente os bipostos, já apareciam revitalizadas e com pintura “primer” (esverdeada) instalada, mas não seguiam para a linha de montagem para instalação dos componentes como motor, trem de pouso etc, permanecendo estocadas no PAMA-SP – veja imagem acima. Apenas dois bipostos já estavam iniciando a montagem de componentes

A maioria das demais células passou vários anos sem sequer ter suas pinturas originais da Jordânia retiradas para iniciar os trabalhos, como se pode ver na imagem abaixo, do final de 2011. Apenas estavam com vários de seus componentes retirados, embora nem todos. Entre elas, pode-se ver na foto três das que estão bem mais adiantadas nesse processo, hoje, como falaremos a seguir.
Células de F-5E ex-Jordânia ainda com pintura original e matrículas FAB pintadas na cauda, em 2011

Então, em meados de 2012, finalmente os primeiros “jordanianos” começaram a aparecer na linha de montagem de componentes, no caso os bipostos, e passaram a ser mandados para a Embraer, um após outro. Na virada para 2013, restavam no PAMA-SP apenas os modelos monopostos “ex-Jordânia” no PAMA-SP, compartilhando espaço no hangar com os F-5M já em uso na FAB, que passam pelas revisões periódicas.

Veja os links para matérias anteriores mais abaixo, para relembrar todo esse processo envolvendo o lote adquirido na Jordânia.

Ao longo deste ano, pudemos constatar que mais células já haviam passado pelo processo de revisão e mandadas à Embraer, restando no final de setembro apenas quatro exemplares de F-5E ainda no início de processo, em que se podia observar marcadas sobre o metal as áreas da estrutura e revestimento que necessitam de intervenção para reparo ou substituição de partes.
F-5E 4884 ex-Jordânia fotografado no PAMA-SP no final de setembro de 2013

Pouco mais de dois meses depois, neste início de dezembro, já se percebe um grande avanço em duas daquelas quatro células derradeiras. Por exemplo, a que traz a matrícula 4884, e que em setembro ainda era vista com o metal aparente e cheia de marcações de áreas para intervenção (clicar na imagem acima para ampliar), agora já está com a pintura “primer” aplicada, o que demonstra que foi completamente revisada e reparada, como se vê nas duas imagens abaixo e na foto de abertura desta matéria. Ainda coberto com plástico transparente, no final de novembro o FAB 4884 já ocupava um espaço na linha de montagem dos componentes do Hangar 3 “Major Santos”, do PAMA-SP. Ao seu lado, estava também o FAB 4883.
Já na área do hangar destinada à desmontagem, e com a maior parte da pintura original jordaniana retirada, encontravam-se no começo de dezembro as derradeiras células de F-5E “ex-Jordânia” ainda a revisar / revitalizar, com as matrículas 4885 e 4879, esta última ainda no início do processo, como se vê nas próximas duas imagens.
Se o ritmo que vimos na célula 4884 se repetir nestas duas últimas e nenhum problema de maior monta for encontrado (pelo que já conversamos com pessoal do PAMA-SP, nas unidades adquiridos da Jordânia não foi encontrado nenhum problema realmente grave de estrutura) , é bem provável que nos primeiros meses de 2014 ambas também já estejam ocupando seus lugares na linha de montagem, marcando a fase final dos trabalhos do PAMA-SP nos onze jatos adquiridos da Jordânia.

Daí para a frente, só deverão voltar ao “Hangar Major Santos” como “mikes” – denominação fonética para os F-5M, de modernizados – quando alcançarem o número de horas de voo (cerca de 1.200) para revisão completa nível parque. Estarão entre os “mikes” da última foto abaixo, que periodicamente frequentam o PAMA-SP, e poderão ser distinguidos facilmente em relação aos dois lotes anteriores da FAB pelas suas matrículas, que vão de 4810 a 4812 para os bipostos e 4878 a 4885 para os monopostos.

Poder Aéreo



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