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DCNS ganha contrato de 38,3 bilhões de dólares para fornecer o Projeto do Barracuda não-nuclear ao programa SEA 1000 da Marinha australiana
Concepção artística do Barracuda diesel-elétrico que levou a concorrência bilionária na Austrália
Por Roberto Lopes
O sonho do Primeiro-Ministro japonês Shinzo Abe de montar uma aliança estratégica com a Austrália apta a enfrentar o expansionismo chinês, lastreada, inclusive, em forte cooperação industrial-militar – leia-se fabricar a futura classe de submarinos australianos com base em um modelo de submersível derivado da bem-sucedida série Soryu, por meio de uma de suas duas grandes corporações navais (Mitsubishi Heavy Industries e Kawasaki Heavy Industries) – é, agora, coisa do passado.
Camberra concluiu que os japoneses ainda carecem de experiência em grandes contratos de exportação, e ainda mais em transferência de tecnologia.
Na noite desta segunda-feira (25.04) o Primeiro-Ministro australiano Malcolm Turnbull telefonou ao presidente francês François Hollande e comunicou que a preferência da comissão montada para avaliar as propostas francesa e japonesa selecionou a oferta da DCNS, de fornecer ao programa australiano SEA 1000 – de 12 submarinos –, o projeto Barracuda Shortfin.O modelo será uma versão do novo submarino nuclear francês Barracuda, dotada de motorização diesel-elétrica.
Trata-se de um navio de 4.500 toneladas, um dos maiores barcos desse gênero de propulsão convencional já projetado. Ele medirá 97 m de comprimento, será tripulado por 60 militares e receberá hélices especiais, semelhantes às usadas no modelo do Barracuda nuclear.O concurso australiano estipulou que o sistema de combate deverá ser de origem americana, como já acontece no caso da classe Collins – que recebeu equipamentos das marcas Raytheon e Lockheed Martin.
Contrato – A aquisição, no valor de 50 bilhões de dólares australianos, o equivalente a 34 bilhões de Euros, ou 38,3 bilhões de dólares americanos.
Os submarinos serão produzidos na cidade de Osborne, região de Adelaide, onde tem sede a Australian Submarine Corporation (ASC Pty Ltd.), dando emprego a um contingente de, pelo menos, 2.800 trabalhadores.
Os termos do contrato entre a DCNS e a Marinha australiana serão negociados entre os meses de maio e dezembro deste ano. Um dos itens a serem definidos é a participação da indústria eletrônica francesa (leia-se Thales) nesse programa.
A expectativa é de que o projeto possa ter seu start já no primeiro semestre de 2017.
Além de apoiar a fabricação dos 12 navios, os franceses se comprometem a transferir tecnologia de fabricação, cooperar na formação das tripulações e prover o apoio de manutenção por toda a vida útil das embarcações.
Submarino de papel – O fato de Turnbull ter assumido o governo australiano, a 5 de setembro último, contou, decisivamente, para a vitória da França, já que seu antecessor, Tony Abbott, defendia a cooperação com os japoneses.
A Real Marinha Australiana tenciona substituir os seus seis submarinos tipo Collins, de 3.000 toneladas, no decorrer das décadas de 2020 e 2030. Fabricados na Austrália com desenhos fornecidos pelo estaleiro sueco Kockums, esses barcos entraram em serviço entre os anos de 1996 e 2003, mas revelaram algumas dificuldades técnicas importantes.O submarino australiano “Sheean”, da classe Collins
Em sua proposta ao governo de Camberra, a DCNS argumentou com o sucesso de seus programas de fornecimento e de compartilhemento na produção de submarinos desenvolvidos na Índia e no Brasil.
A concorrência na Austrália teve, como grande ausente, o grupo alemão TKMS (ThyssenKrupp Marine Systems) que, no entendimento da comissão de análise australiana, propôs um modelo de navio “de papel” – denominado U-216 –, derivado do U-214, um submarino de menos de 2.000 toneladas, muito menor do que o tamanho de navio requerido pelos chefes navais australianos.O rebuscado desenho do projeto alemão U-216, que, na Austrália, ficou conhecido como “submarino de papel”, por não passar, por enquanto, de uma ideia transferida à prancheta dos projetistas do grupo TKMS
Plano Brasil
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