Os novos dados sobre a catástrofe foram divulgados pelo chanceler da Holanda, Frans Timmermans. “Como é sabido, um passageiro do Boeing foi encontrado com a máscara de oxigênio em seu rosto. Isto quer dizer que ele teria tido tempo para colocá-la”, anunciou o ministro holandês num programa televisivo, transmitido na quinta-feira por um canal local.
Dai se depreendem duas conclusões: a primeira é que os holandeses que dirigem o processo de investigação internacional, conhecem mais fatos reais que eles próprios costumam tornar públicos, visto que, antes, não havia informações sobre tal passageiro. Entretanto, o ministro Frans Timmermans se referiu ao fato como se fosse um dado adquirido. Seria interessante saber do que mais se esqueceram os juízes de instrução holandeses para não informar a sociedade?
A segunda conclusão é que a versão anterior sobre a morte instantânea dos passageiros não teria sido baseada em fatos concretos. As máscaras teriam sido jogadas fora, mas houve quem conseguisse usá-las. Isto vem mudando o quadro dos acontecimentos ocorridos nos minutos finais do voo, salientam peritos independentes.
Todavia, os amigos e familiares das vítimas não devem se afligir e pensar que antes de morrerem os passageiros teriam sentido o horror da morte em plena medida. A maior parte deles teria perdido rapidamente os sentidos, afirma o membro do Fundo Mundial de Segurança de Voos, Serguei Melnichenko:
“À altura superior a 10 km se mantém um baixo teor de oxigênio, o ar é rarefeito. Por isso, perante uma brusca pressurização da cabine, a aeronave se fragmentou, os passageiros e tripulantes se viram num ambiente hostil e incompatível com a vida de organismos vivos.
Depois se inicia a ebulição de sangue devido à emissão de azoto, sendo esse um processo de pouca duração. Acrescenta-se ainda a temperatura de ar fora do avião, inferior a 50 graus. Qualquer corpo em queda é capaz de desenvolver uma enorme velocidade, o que acarreta o congelamento instantâneo. Por isso, não diria que alguém dos passageiros pudesse viver por mais algum tempo”.
Na realidade, tudo isso vem evidenciando uma coisa – a investigação da catástrofe do Boeing não foi realizada tal como devia ser. Um relatório preliminar se assentava em materiais fotográficos disponíveis. Mesmo hoje, em condições da trégua, os peritos internacionais não se apressam em visitar o local do acidente. Os representantes da Malásia não afastam hipótese de que a investigação poderia ser cancelada até a primavera do próximo ano. O que é que será possível encontrar ali depois de um inverno com muita neve, ninguém sabe.
Mas quando os peritos chegarem a localizar e examinar os fragmentos, tentarão esclarecer a verdade? Há dias, o chefe do Serviço de Segurança da Ucrânia (SSU), Valentin Nalivaichenko, disse que o seu departamento já “teria esclarecido as causas da queda do avião malaio, restando agora aos juízes chegar ao local do trágico acidente e encontrar ali aquilo que falta”.
Não há dúvidas de que na zona da queda, passada a pente fino pelo fogo de artilharia pesada ucraniana, com o uso de sistemas de mísseis Grad e Uragan, será possível encontrar várias coisas e provas. No entanto, ninguém deu resposta a uma pergunta mais simples: como operavam naquele dia os sistemas de mísseis balísticos do Exército ucraniano e por que é que até hoje não tinha sido divulgada a gravação das conversas de pilotos com os controladores aéreos? Parece que, além da Rússia, ninguém está interessado em obter respostas a essas perguntas importantes.
A aeronave Boeing que seguia a rota Amesterdã - Kuala-Lumpur caiu na Ucrânia em 17 de julho de 2014. A catástrofe matou 298 pessoas.
Voz da Rússia
Leia mais: http://portuguese.ruvr.ru/news/2014_10_09/Divulgados-novos-detalhes-sobre-queda-do-Boeing-malaio-na-Ucr-nia-9743/
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