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Estados Unidos já admitem ignorar ONU e agir contra Síria
Estados Unidos já admitem ignorar ONU e agir contra Síria. Para embaixatriz norte-americana nas Nações Unidas, veto da Rússia não significa excluir possibilidade de ação.No momento em que as maiores potências geopolíticas se dividem na disputa sobre as estratégias mais eficientes de combate à violência na Síria, os EUA cogitam se aliar a outras nações e agir de forma independente do Conselho de Segurança das Nações Unidas.
Nesta quinta-feira (31/05), a embaixatriz norte-americana na ONU, Susan Rice, reforçou as críticas do governo de Barack Obama à Rússia, alegando que a intransigência do país deixa os membros do Conselho de Segurança e da comunidade internacional com uma única alternativa: "avaliar se estão preparados para tomar decisões independentes do plano de paz do ex-secretário-geral Kofi Annan e da autoridade do organismo”.
O regime de Bashar al Assad é um tradicional aliado dos russos no Oriente Médio. Moscou rejeita aprovar qualquer resolução mais severa contra o país. Contudo, Rice frisou que qualquer veto da Rússia a uma proposta de resolução dos EUA não significará o fim de um eventual projeto de ação internacional sobre os confrontos entre civis e militares que assola o país árabe.
Em visita à Dinamarca nesta quarta-feira (30/05), a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, se encontrou com estudantes universitários e também condenou a resistência da Rússia em intensificar o tom de seu discurso contra o presidente Bashar al Assad. "Os sírios não vão nos ouvir. Eles talvez ouçam ao que os russos têm a dizer e é por isso que precisamos continuar pressionando” Moscou.
Clinton garantiu que mantém conversas com oficiais russos e que todos garantem que seu país “não quer ver uma guerra civil na Síria”. Contudo, ela diz ter respondido que são “as decisões do Kremlin que contribuirão para uma guerra civil”.
Potências ocidentais argumentam que uma suposta proteção diplomática dos russos tenha reforçado a posição de Al Assad dentro da Síria e criado espaço para que o presidente continuasse resistindo às negociações pelo fim do conflito. Esse auxílio teria sido comprovado a partir da informação de que uma embarcação russa supostamente entregou armas às tropas do governo sírio na noite do último sábado (26/05), um dia antes do massacre de Houla, que deixou mais de 100 civis mortos.
Na semana em que o recém-eleito presidente da França, François Hollande, deixou claro que "uma intervenção armada na Síria não está excluída", Clinton lembrou que há obstáculos grandes a esse tipo de procedimento, como os prováveis vetos da Rússia e da China. A secretária de Estado explicou que a “enorme oposição torna mais difícil a organização de uma coalizão internacional" e garantiu que não estão sendo “reunidas quaisquer forças que não sejam para aliviar o sofrimento”.
Enquanto isso, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, lembrava que "o massacre de civis, da forma como foi visto na semana passada, poderá afundar a Síria em uma guerra civil catastrófica, da qual o país poderá nunca mais se recuperar”.
A ONU enviou 290 observadores internacionais para o país como forma de fiscalizar o cumprimento do cessar-fogo exigido pela organização. Contudo, diante da manutenção dos confrontos, Moon disse querer deixar bem claro que “as Nações Unidas não desembarcaram na Síria apenas para assistir o massacre de inocentes” e nem “para cumprir o papel de observadores passivos de atrocidades inimagináveis”.
Opera Mundi
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