Síria responsabiliza "terroristas" por novo massacre em Hama.Novo massacre na Síria eleva pressão por sanções e intervenção estrangeira.
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Síria responsabiliza "terroristas" por novo massacre em Hama.Novo massacre na Síria eleva pressão por sanções e intervenção estrangeira.


O governo de Bashar al-Assad negou a autoria do ataque e culpou "terroristas" da oposição pelas mortes de civis

Um novo massacre na Síria levou diversos países ocidentais a aumentaram os apelos nesta sexta-feira (13/07) por mais sanções e uma intervenção militar contra o governo de Bashar al-Assad. As autoridades sírias negaram a autoria das mortes e acusaram "terroristas" de estarem por trás dos assassinatos, cometidos em um vilarejo próximo a Hama.

A França disse que o Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) precisa aprovar uma resolução com ameaça de sanções. "A França está assumindo suas responsabilidades", declarou o porta-voz do Ministério francês do Exterior Bernard Valero, em crítica indireta à Rússia e à China.

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice, qualificou os relatos de "pesadelo" e disse que ilustram de forma dramática a necessidade de se adotar medidas obrigatórias em relação à Síria. Reino Unido e Alemanha reforçaram a necessidade de uma resolução do Conselho de Segurança, enquanto a Alemanha afirmou que o novo massacre eleva a pressão sobre a comunidade internacional.

O mediador internacional da ONU e da Liga Árabe para a Síria, o ex-secretário-geral da ONU, Kofi Annan, pediu que o Conselho pressione Assad. Em uma nota endereçada ao órgão da ONU, cuja cópia foi obtida pela agência France Presse, Annan afirma ser "imperativo" que o Conselho faça pressão para que seu plano de paz seja aplicado, e que "envie uma mensagem a todos, advertindo que haverá consequências pelo desrespeito" deste plano.

Opções

Há duas propostas sendo avaliadas pelo Conselho de Segurança. A Rússia descarta sanções com base no Capítulo 7° da Carta das Nações Unidas e propõe ampliar a missão da ONU na Síria por mais 90 dias. O primeiro mandato de 90 dias da missão, que foi criada para monitorar o plano de paz de Kofi Annan, acaba em 20 de julho.

Já o Reino Unido, num esboço apoiado por EUA, França e Alemanha, propõe estender a missão por mais 45 dias e subordinar o plano de paz de Annan ao Capítulo 7°, que permite ao Conselho de Segurança autorizar medidas que vão das sanções diplomáticas e econômicas até a intervenção militar.

Habitantes da aldeia de Treimsa disseram que não havia forças de segurança síria protegendo a população


As autoridades sírias atribuíram nesta sexta-feira (13/07) a responsabilidade do massacre em Treimsa, ocorrido na quinta-feira (12/07) no centro do país, aos "grupos terroristas", assim como aos "meios de comunicação sedentos de sangue", segundo a agência oficial SANA.

"Os meios de comunicação sedentos de sangue em cooperação com os grupos terroristas armados cometeram um massacre entre os habitantes da aldeia de Treimsa, na região de Hama, para tentar mobilizar a opinião pública contra a Síria e seu povo e provocar uma intervenção estrangeira na véspera da reunião do Conselho de Segurança" da ONU (Organização das Nações Unidas), afirma a SANA.


Esses meios de comunicação "estavam em pé de guerra em Istambul, Paris, Londres, Bruxelas e Berlim, e em outros locais para esta campanha de incitação contra a Síria e para jogar com o sangue sírio", acrescentou a agência. As autoridades sírias criticam regularmente os canais via satélite árabes Al-Jazeera e Al-Arabiya, acusando-os de fazer o jogo de países do Golfo, como Qatar e Arábia Saudita, opostos ao regime de Bashar al-Assad.

De acordo com testemunhas citadas pela SANA, os "terroristas saquearam, destruíram e queimaram dezenas de casas, antes que as autoridades chegassem à aldeia". Outros habitantes de Trimsa declararam que “os grupos terroristas armados atacaram e dispararam contra casas e habitantes, matando mais de 50 pessoas".

Abo Arif al-Khalid, cidadão de Trimsa, denunciou que uma mulher e o filho foram assassinados pelos terroristas na frente de todos. “Se os membros do Exército ou das forças de segurança estivessem junto ao povo, os terroristas não teriam sido capazes de invadir e perpetrar esse massacre", reclamou.

Os bombardeios à localidade de Treimsa com tanques e helicópteros deixaram mais de 150 mortos, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, uma organização não governamental com sede no Reino Unido

Opera Mundi



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